108 leões doentes são encontrados em criadouro abandonado na África do Sul

A vida selvagem costuma pagar o preço da ilegalidade e da corrupção em lugares como a África do Sul, onde os animais são explorados de inúmeras maneiras. Capturados em seu habitat, esses animais sofrem da pior maneira possível.

Dólares de turistas criam demanda para ver, segurar e tirar selfies com filhotes de leão; caçadores de troféus de países ocidentais ricos vêm atirar em gatos de grande porte; a indústria de medicina tradicional oriental paga dinheiro por ossos de tigre e leão.

Uma instalação abandonada de criação de leões, a Fazenda Pienika, no noroeste da África do Sul, revela os níveis de negligência que esses pobres animais podem sofrer. Dos 108 leões mantidos na instalação, 27 deles estavam cheios de doenças, parasitas e sarna na medida em que haviam perdido todo o pêlo. Alguns deles estavam perto da morte.

Recintos superlotados destinados a dois leões foram usados ​​para abrigar 30 de cada vez nas instalações de criação.

Três filhotes de leão estavam sofrendo de uma condição neurológica chamada meningoencefalite – que é essencialmente uma inflamação do cérebro. Eles não conseguiam andar e um deles foi sacrificado por um veterinário.

A partir de uma fonte anônima, os jornalistas contataram o Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade aos Animais (NSPCA), cuja tarefa assustadora é fazer valer as leis de bem-estar animal da África do Sul.

Lions cubs found at squalid breeding centre too sick to walk https://t.co/rAlgvVkZSG

— The Independent (@Independent) May 5, 2019

Quando os inspetores da NSPCA viram a instalação, eles classificaram a situação como sendo um dos casos mais chocantes de negligência animal que eles haviam visto, informou a National Geographic.

Douglas Wolhuter, da NSPCA, que liderou a inspeção, disse: «É difícil descrever porque deixa você se sentindo vazio, sabendo que o rei da selva foi deixado em condições como essa».

«Isso destrói a alma».

Shocking photos reveal neglect of 'snuggle scam' lions bred to be petted in South Africa https://t.co/IfkJqaEnvp

— Daily Mail Online (@MailOnline) May 6, 2019

Existem milhares de predadores mantidos em cativeiro como os da Fazenda Pienika, de acordo com o guia e fotógrafo da vida selvagem Ian Michler. Eles são frequentemente mantidos em condições de vida insatisfatórias, de acordo com relatos.

Os leões da Fazenda Pienika provavelmente poderiam ter sido criados para vender seus ossos na indústria de medicina tradicional asiática, o que apresenta uma perspectiva terrível: “Se você está criando leões para o comércio de ossos de leão, eles não se importam com a aparência desses leões. Michler explica. «Porque no final das contas, tudo o que eles vão fazer é acabar em um saco, um saco de ossos que vai para a Ásia».

Infelizmente, há poucas razões para ser otimista quanto a um resultado justo para esses leões. Os leões da Fazenda Pienika conhecem apenas o cativeiro desde o nascimento e não podem ser libertados na natureza, nem existem muitos santuários decentes para eles residirem.

A aplicação da lei ou a justiça provavelmente não reduzirão as condições de reprodução em cativeiro na África do Sul.

“Se os leões tivessem voz, é claro que estariam rugindo para que as cortes decidissem – digamos que sim, precisamos de padrões justos e de primeiro mundo para o bem-estar de nossa espécie”, disse Michler. «Mas não vejo nenhum resultado que acabe com as práticas de criação ou o comércio de ossos de leão».

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