África tem o triplo dos incêndios registrados no Brasil

Ricardo Salles, questionou o por quê de o presidente francês Emmanuel Macron não dizer nada sobre os índices de queimadas em Angola e no Congo

Por BRUNA DE PIERI, TERÇA LIVRE
05 de septiembre de 2019 8:33 AM Actualizado: 05 de septiembre de 2019 8:33 AM

Enquanto o mundo inteiro continua de olhos voltados para as queimadas na Amazônia, satélites mostram que no continente Africano, o número de incêndios é pelo menos três vezes maior que no Brasil.

A NASA chegou a chamar a África de “continente em chamas”. O motivo é que simplesmente 70% dos mais de 10 mil focos de incêndio identificados no mundo em agosto, são provenientes da região africana.

Mas, apesar disso, a agência disse que o número é o MESMO em comparação com o ano passado. Outro dado interessante é que apenas em Angola existem quase o TRIPLO dos incêndios do Brasil.

(Reuters)

Os países com mais focos de incêndio foram enumerados pela NASA da seguinte maneira:

  1. Mais de 6 mil na Angola;
  2. Mais de 3 mil na República Democrática do Congo;
  3. Mais de 2.000 no Brasil.

Ou seja: O Brasil não é o país líder das queimadas que atingem o mundo todos os anos, sem novidade alguma, mas que “surpreendentemente” em 2019 chamaram tanta atenção.

Na sequência dos três países listados acima, estão: Zâmbia (1 mil); Austrália (789); Bolívia (755); Rússia (679); Indonésia (541); Tanzânia (418) e África do Sul (380).

Resposta de Angola

Mesmo sendo “líder” no número de queimadas, a Angola não gostou do tratamento internacional da imprensa e a comparação do país com a Amazônia.

Em um comunicado divulgado pelo Ministro da Comunicação Social da República da Angola, João Melo, ele diz que pode haver uma “dramatização” do caso se as ocorrências observadas por satélites forem usadas somente como estatísticas.

Ele cita o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, que compartilhou notícia sobre os incêndios e também o noticiário Bloomberg, por veicular que em 48 horas, Angola registrou os mais de 6 mil incêndios.

Já Ricardo Salles, questionou o por quê de o presidente francês Emmanuel Macron não dizer nada sobre os índices de queimadas em Angola e no Congo: “Será que é porque eles não concorrem com os ineficientes agricultores franceses?”

Em uma postagem no Twitter, Melo disse que confundir fotos de capim queimando, com incêndio em florestas é “brincadeira” e que misturar tudo isso com “politiquice” barata é “lamentável”.

O angolano justifica o número de incêndios com o fato de, nesta época do ano, as comunidades camponesas estarem preparando a terra para o cultivo.

“Nesta época do ano, em várias regiões do nosso país, estão a acontecer queimadas que as populações camponesas empregam na fase de preparação de terras para o cultivo”.

A Angola argumenta que a prática, “apesar de não ser a mais aconselhável, é usual, secular”.

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