Aliança Brasil-Uruguai: um freio ao avanço da brisa bolivariana

América do Sul é governada principalmente pela centro-direita, pois a esquerda perdeu dois bastiões: Uruguai e Bolívia

30 de noviembre de 2019 5:11 PM Actualizado: 30 de noviembre de 2019 5:11 PM

Por Mamela Fiallo Flor, Epoch Times

Após cinco dias de expectativa, a vitória de Luis Lacalle Pou no Uruguai foi finalmente confirmada e com ela o fim de 15 anos sob um governo de esquerda alinhado a Cuba e Venezuela. Agora, a principal referência da direita política na região, Jair Bolsonaro, anunciou que eles «trabalharão juntos».

Bolsonaro telefonou para o presidente eleito Lacalle Pou e disse que viajará para o Uruguai em 1º de março de 2020. Ele também convidou seu homônimo para viajar para o Brasil antes disso e seu homônimo respondeu que irá «em breve».

Por meio de uma declaração oficial, emitida pelo Palácio do Itamaraty, sede das Relações Exteriores do Brasil, Bolsonaro desejou sucesso ao seu colega uruguaio e se comprometeu a trabalhar «juntos pelo bem-estar de ambos os povos».

Leia também:
Com vitória apertada, Lacalle derrota a esquerda, no poder há 15 anos

Em resposta, Lacalle Pou anunciou que o vínculo entre os dois beneficiará não apenas seus respectivos países, mas todos os países da região.

Sem nem ter ainda iniciado seu governo, Lacalle já começou a desenvolver mudanças no continente. Enquanto as ruas da Colômbia, Chile, Equador e Bolívia foram tomadas por grupos insurgentes, incitados por setores da esquerda e coordenadas e até financiadas pela Venezuela e Cuba, o Uruguai oferece algo diferente, livrar-se da esquerda através das urnas. O oposto do que fez a Argentina, que votou pelo retorno dos aliados do socialismo do século XXI.

Brasil se aproxima do Uruguai e se distancia da Argentina

Nesse sentido, Bolsonaro anunciou que «a Argentina fez uma má escolha, não vou parabenizar Fernández». De fato, nem Bolsonaro nem nenhum de seus dignitários se comunicaram com representantes do presidente eleito, Alberto Fernández, que assumirá a presidência da Argentina em 10 de dezembro.

Bolsonaro disse que não comparecerá à posse de Fernández. No entanto, enviará um representante: o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Não é um fato menor que Fernández tenha sido hostil a Bolsonaro, provocando a tensão entre os dois líderes. Fernández acusou Bolsonaro de ser «racista, misógino e violento», entre outros epítetos.

E não apenas isso, ele participou ativamente da campanha pela libertação de Lula da Silva, condenado por corrupção. Fernández exigiu que Bolsonaro o liberte.

Por sua qualidade de cúmplice, Bolsonaro chamou Fernández de «bandido de esquerda». Embora nos últimos dias a relação entre os dois tenha se tornado mais diplomática, nada se compara à situação entre o Uruguai e o Brasil hoje.

Dado que Argentina, Brasil e Uruguai são membros do Mercosul, o relacionamento entre seus líderes influencia o comércio internacional, que Bolsonaro diz que continuará.

A verdade é que, com a tensão atual que existe nas ruas de vários países da região, nos próximos dias as coisas poderão se organizar de tal forma que certas alianças e antagonismos sejam visíveis.

De acordo com o mapa atual, a América do Sul é governada principalmente pela centro-direita, pois a esquerda perdeu dois bastiões: Uruguai e Bolívia.

No entanto, Lenin Moreno (que chegou ao poder com a esquerda) no Equador, bem como Sebastián Piñera no Chile, cederam a várias das reivindicações dos manifestantes e marchas de esquerda.

No caso do Chile, os protestos são apoiados pela Frente Ampla e pelo Partido Comunista, inclusive chegando próximo de uma mudança constitucional que garante «direitos sociais». Nas palavras de Diosdado Cabello, os chilenos exigem o que «o presidente Hugo Chávez já nos deu na Venezuela».

Diante disso, as eleições no Uruguai impactam não apenas o país, mas toda a região, pois serve de freio ao avanço da brisa bolivariana. E a aliança com um referente de direita como Bolsonaro poderá inclinar a balança ainda mais para a direita.

Esta matéria foi originalmente publicada por PanAm Post

O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do Epoch Times

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.