Austrália mobiliza 3 mil reservistas devido a crise causada por incêndios

Por Rocío Otoya - efe
04 de enero de 2020 8:26 PM Actualizado: 04 de enero de 2020 8:26 PM

Sydney (Austrália), 4 jan – A Austrália mobilizou 3 mil reservistas neste sábado para mais um dia de combate a incêndios em condições «catastróficas» no sudeste do país, onde houve duas novas vítimas, o que elevou o número de mortos devido ao fogo para 21.

As mortes ocorreram na Ilha Kangaroo, a terceira maior do país, localizada a 112 quilômetros de Adelaide, no estado da Austrália do Sul, onde foram queimados 100 mil hectares, a maioria no Flinders Chase National Park, lar de 60 mil cangurus, 50 mil coalas e animais em extinção.

«Está nos custando um preço alto», declarou aos repórteres o primeiro-ministro Scott Morrison, lembrando as vítimas e as mais de 1,5 mil casas que foram queimadas em todo o país desde setembro.

Morrison anunciou o envio de reservistas e do navio Adelaide para ajudar a retirar a população afetada da zona de perigo, a abertura de bases militares para alojar temporariamente as vítimas e uma soma de 20 milhões de dólares australianos (R$ 56,56 milhões) para alugar quatro hidroaviões, entre outros veículos aéreos.

«Estamos colocando mais botas das forças de defesa no chão, mais aviões no céu, mais navios no mar e mais caminhões para apoiar o combate a incêndios e os esforços de recuperação como parte da resposta coordenada a esses terríveis incêndios», afirmou o premiê através do Twitter.

Morrison fez o anúncio depois de semanas de críticas pela sua falta de resposta aos incêndios e à mudança climática, e depois de ter enfrentado a rejeição dos moradores das áreas atingidas pelo fogo que se recusaram a lhe apertar a mão e o insultaram.

CALOR EXTREMO E VENTO

As temperaturas chegaram a 40 graus no sul da Austrália neste sábado, com máximas como 48,9 graus em um subúrbio de Sydney, enquanto o vento soprava forte e mudava de direção, complicando o trabalho dos bombeiros.

No estado de Victoria, foram declarados 73 novos focos além dos 53 que queimaram durante esta semana, a maioria deles na parte oriental, que faz fronteira com o estado de Nova Gales do Sul, onde mais de 3 mil bombeiros estão combatendo 150 incêndios.

No final da tarde (local, ainda de madrugada no Brasil), houve cerca de 25 focos ativos para os quais o alerta foi elevado ao nível de emergência nesses dois estados, que desde a noite de Ano Novo sofreram incêndios que mataram dez pessoas e incendiaram 500 casas só nos últimos seis dias.

O calor e o vento levaram as autoridades de Victoria a declarar «condições catastróficas» nos últimos dias, o nível mais alto de alerta de incêndio no país, enquanto em Nova Gales do Sul os residentes em várias áreas foram avisados de que já era «tarde demais para sair».

MILHÕES DE DESLOCADOS

Os que conseguiram sair foram vários dos 3 mil residentes e turistas que ficaram retidos em uma praia na cidade costeira de Mallacoota, em Victoria, alguns dos quais chegaram hoje a Melbourne a bordo de um navio da Marinha.

Milhares mais estão em centros de apoio em várias partes do sul, como um spa na cidade costeira de Merimbula, em Nova Gales do Sul, onde a argentina Veronica Valderrama está abrigada.

«Há incêndios no norte e no sul, vai depender dos ventos», declarou à Agência Efe, Valderrama, cuja casa na cidade de Lochiel ainda não foi afetada pelas chamas, embora ela tenha observado que há incêndios por toda parte e que as pessoas estão nervosas.

Enquanto isso, a espanhola Maria Andreu Martin, que vive com seu marido e dois filhos pequenos em Bega, cerca de 420 quilômetros ao sul de Sydney, afirmou à Efe que decidiu partir para Camberra na sexta-feira, depois que o fogo a forçou a fugir de um acampamento. «O que te salva é sempre sair cedo», opinou.

Camberra, onde hoje a temperatura atinge 43 graus, tem fumaça, mas em volume menor que o visto em Bega, segundo a mulher, que completou dizendo que dependerá das condições para voltar para casa. «Há alguns incêndios que estão crescendo, e a estrada está ao lado», comentou.

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.