Bolívia tem novo dia de protestos contra resultado de eleições presidenciais

População pede a anulação da votação e a convocação de novas eleições gerais (presidenciais e legislativas) “sem Evo Morales”

Por Mônica Stephitch
03 de noviembre de 2019 6:04 PM Actualizado: 03 de noviembre de 2019 6:04 PM

Mais protestos aconteceram na Bolívia neste domingo (3) contra o resultado das eleições presidenciais, que elegeu Evo Morales para um quarto mandato, com atos em diversas cidades do país e o lançamento de um ultimato para que o ditador bolivariano renuncie ao cargo.

Os protestos contra a reeleição do presidente se radicalizaram depois que teve início uma auditoria dos questionados resultados das eleições de 20 de outubro por uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Manifestações foram registradas nas principais cidades bolivianas: La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, com a população nas ruas cobrando que o voto delas seja respeitado, assim como a democracia. Este já é o 14º dia consecutivo de protestos no país.

Novos protestos começaram ontem em várias cidades contra a polêmica reeleição, enquanto milhares de bolivianos lotavam os cemitérios para preparar a tradicional festa do Dia dos Mortos, celebrada neste sábado.

Em diferentes regiões, a população levantou barricadas em ruas, avenidas e rodovias. Nos locais onde a polícia conseguiu retirar os objetos e artefatos usados para impedir a passagem de veículos, as pessoas fizeram cordões humanos para retomar o bloqueio.

La Paz registrava interrupções de vias também em bairros abastados da zona Sul, mas com menos intensidade que em dias anteriores, constatou a AFP.

Ontem, um dos representantes da população, Luis Fernando Camacho, cobrou que Morales renuncie em até 48 horas e ainda enviou carta às Forças Armadas para que se juntem aos atos populares.

A tropa de choque da polícia guardava cruzamentos, enquanto a certa distância dos piquetes opositores se reuniam grupos em defesa de Morales, dispostos a reabilitar à força a circulação de veículos, razão pela qual o risco de novos confrontos permanecia latente. Os populares insatisfeitos, que denunciaram uma fraude eleitoral a favor de Morales, se negam a avalizar a auditoria iniciada na quinta-feira pela Organização de Estados Americanos (OEA) por considerar que se trata de uma manobra para manter Morales no poder.

Nesta segunda-feira, a expectativa é de protestos ainda maiores na Bolívia, com o fim do prazo dado para o presidente e também depois do Dia de Finados, em que o fluxo de manifestações diminuiu.

A população não exige mais uma nova contagem de votos, nem um segundo turno entre o presidente e o opositor Carlos Mesa. Agora, pede a anulação da votação e a convocação de novas eleições gerais (presidenciais e legislativas) “sem Evo Morales”, exigência rejeitada pelo governista de esquerda indígena.

“Vamos defender a democracia e os resultados” eleitorais, declarou ontem o ditador Morales, no poder desde 2006, durante um ato na cidade de Cochabamba. Morales disse que os bolivianos terão que esperar o relatório da auditoria da OEA, que deve ficar pronto em duas semanas.

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