Bolsonaro diz que a esquerda fala sobre ‘golpe’ quando perde, Cuba e Maduro falam sobre golpe na Bolívia

Por EFE
10 de noviembre de 2019 11:53 PM Actualizado: 10 de noviembre de 2019 11:56 PM

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, rejeitou no domingo em declarações ao jornal O Globo que os eventos que levaram à renúncia do governante boliviano Evo Morales são considerados um «golpe» do Estado.

“A palavra golpe é muito usada quando a esquerda perde. Quando eles vencem, é legítimo, mas quando perdem é golpe. Não vou entrar nessa narrativa”, disse Bolsonaro ao jornal.

Bolsonaro disse no domingo que «as alegações de fraude» precipitaram a renúncia do governante boliviano Evo Morales e acrescentou que este fato deixa a «lição» de que os votos «devem ser auditados».

O líder brasileiro se expressou nesses termos em uma mensagem publicada em seu perfil na rede social Twitter, que acompanhava uma foto do momento em que Morales o parabeniza pela sua posse, em 1º de janeiro em Brasília.

«A lição que resta para nós é a necessidade de que, em nome da democracia e da transparência, seja feita uma contagem de votos» e que «eles possam ser auditados», disse ele.

Por sua vez, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou sua liberdade na sexta-feira passada após passar 580 dias na prisão, lamentou no domingo o «golpe de estado» que levou à renúncia do presidente boliviano Evo Morales.

«Ele acabou de saber que houve um golpe na Bolívia» e que o «parceiro» Morales «foi forçado a renunciar», escreveu Lula em seu perfil de rede social Twitter.

«É lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e a inclusão social dos mais pobres», acrescentou o ex-presidente, que governou o Brasil entre 2003 e 2011 e passou parte desse tempo no poder com Morales, que estava no cargo desde janeiro de 2006.

Cuba e Venezuela denunciam golpe

O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, expressou sua «enérgica» condenação ao «golpe de estado» na Bolívia e expressou sua solidariedade ao governante do país sul-americano, Evo Morales, que anunciou sua renúncia à Presidência no domingo depois de quase 14 anos no poder.

Díaz-Canel disse que «o direito ao golpe de estado violento e covarde mina a democracia na # Bolívia», em uma mensagem publicada em sua conta oficial no Twitter.

Horas antes do anúncio da renúncia de Evo Morales, o presidente de Cuba já havia denunciado “a estratégia da oposição ao golpe”, sublinhando que havia desencadeado na #Bolívia “a violência, que custou mortes, centenas de feridos e expressões condenadas pelo racismo contra povos nativos».

Por sua parte, Maduro também apelou ao Twitter para falar sobre um golpe na Bolívia usando termos semelhantes.

«Condenamos categoricamente o golpe de estado consumado contra o irmão Presidente Evo Morales», disse Maduro.

O ditador venezuelano acrescentou que os «movimentos sociais e políticos do mundo» declaram «na mobilização exigir a preservação da vida dos povos indígenas bolivianos vítimas de racismo».

A Bolívia está em séria crise desde o dia seguinte às eleições gerais de 20 de outubro.

Pelo menos três pessoas morreram e 421 ficaram feridas desde então em confrontos entre apoiadores e detratores do presidente Morales, segundo dados do Ombudsman da Bolívia.

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