Bolsonaro responde a Bachelet por criticar suas políticas e defender direitos dos criminosos

Presidente postou sua mensagem hoje com a foto de Bachelet, ex-guerrilha socialista, junto com a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também ex-guerrilheira, e a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández, também uma ex-guerrilheira

Por Anastasia Gubin
04 de septiembre de 2019 6:59 PM Actualizado: 04 de septiembre de 2019 6:59 PM

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, respondeu hoje (4) com severas palavras à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, depois de ela afirmar em uma entrevista coletiva em Genebra que o “espaço democrático está cada vez mais reduzido» no Brasil.

«Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares», escreveu o presidente Bolsonaro em sua conta do Twitter.

Bachelet criticou um «aumento acentuado da violência policial em 2019 em meio a um discurso público que legitima execuções sumárias e falta de responsabilidade».

Ela também se referiu ao afrouxamento das normas sobre armas de fogo e às propostas para facilitar a prisão de criminosos, o que, segundo a Comissária, «aumenta ainda mais os problemas de segurança pública», segundo informou a Reuters.

Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, discursa sobre Venezuela e Iêmen durante a 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em 20 de março de 2019 nos escritórios das Nações Unidas em Genebra (FABRICE COFFRINI / AFP / Getty Images)
Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, discursa sobre Venezuela e Iêmen durante a 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em 20 de março de 2019 nos escritórios das Nações Unidas em Genebra (FABRICE COFFRINI / AFP / Getty Images)

Além disso, mencionou um aumento significativo de mortes causadas por policiais no Rio de Janeiro e em São Paulo, especialmente de negros e moradores de favelas, segundo a agência AFP.

Com relação aos assassinatos no Brasil, os números do primeiro trimestre caíram 24%, logo após o presidente Bolsonaro facilitar o porte de armas, de acordo com um relatório da USP Livre.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do Partido Social Cristão, disse em julho que o número de homicídios no estado no primeiro semestre do ano caiu 23% em comparação com o primeiro semestre de 2018 e 2019.

“Veja, com a capacidade operacional das estações de homicídios, com o aumento do efetivo, isso tende a ser bastante reduzido. É fundamental porque reduzimos para 608 o número de vítimas no mesmo período em relação ao ano passado”, afirmou o governador Witzel, segundo o Globo.

Policiais montam guarda perto da área onde um homem armado em um ônibus com 31 reféns foi morto a tiros pela polícia no Rio de Janeiro, Brasil, em 20 de agosto de 2019 (MAURO PIMENTEL / AFP / Getty Images)
Policiais montam guarda perto da área onde um homem armado em um ônibus com 31 reféns foi morto a tiros pela polícia no Rio de Janeiro, Brasil, em 20 de agosto de 2019 (MAURO PIMENTEL / AFP / Getty Images)

Ele também explicou que 881 mortes foram registradas durante as ações policiais, em comparação com 669 nos primeiros seis meses do ano passado, fato a que Bachelet se refere.

Além desses indicadores, Witzel citou uma redução de 63% no número de policiais mortos em serviço.

O ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro, em relação aos comentários da comissária, respondeu em sua conta no Twitter: “Por que os crimes estão diminuindo em todo o país? Porque as forças de segurança estão trabalhando como nunca antes. Simples.»

Entre seus comentários, Bachelet também mencionou os «ataques contra defensores de direitos humanos e restrições ao trabalho da sociedade civil», observando que pelo menos oito foram mortos no país entre janeiro e junho, a maioria após disputas sobre terras.

Sobre a situação particular das ONGs e o conflito com os proprietários de terras, o presidente Bolsonaro disse que prefere esperar as investigações legais darem um veredicto. Ele também alertou que tudo parece ter surgido depois que seu governo bloqueou os fundos que as ONGs estavam recebendo, em vez de serem usados para proteger a Amazônia.

Bolsonaro também respondeu a Bachelet sobre seus comentários quanto ao alcance da democracia no Brasil, mencionando, de acordo com a agência Reuters, o pai da ex-presidente chilena, Alberto Bachelet.

«(Bachelet) também disse que o Brasil perde espaço democrático, mas esquece que seu país não é apenas uma Cuba, graças àqueles que tiveram a coragem de deter a esquerda em 1973, entre esses comunistas, seu pai brigadeiro na época», afirmou o presidente, referindo-se ao golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, no qual a Junta Militar liderada por Augusto Pinochet prendeu Alberto Bachelet para interrogá-lo.

Durante o governo de Salvador Allende, o general Bachelet liderou as Juntas de Abastecimento e Controle de Preços (JAP) criadas pelo regime socialista para o racionamento de alimentos, além da direção contábil da Força Aérea.

O presidente do Brasil postou sua mensagem hoje com a foto de Bachelet, ex-guerrilha socialista, junto com a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também ex-guerrilheira, e a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández, também uma ex-guerrilheira.

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