Jogador Mesut Özil é retirado de jogos de videogame chineses por denunciar repressão do PCC contra uigures

O regime chinês “instituiu uma campanha altamente repressiva contra uigures, cazaques étnicos, quirguizes e outros membros de grupos minoritários muçulmanos na região autônoma uigur de Xinjiang

Por Anastasia Gubin, Epoch Times
20 de Diciembre de 2019 3:56 PM Actualizado: 20 de Diciembre de 2019 3:56 PM

O astro de futebol da Premier League, Mesut Özil, falou dias atrás contra o regime chinês por reprimir a etnia uigur no noroeste do país. Em resposta, uma empresa o suprimiu dos videogames vendidos na região.

A empresa NetEase, responsável pela versão chinesa do Pro Evolution Soccer, eliminou Ozil do conhecido videogame de futebol, dizendo que “as palavras do jogador de futebol feriram os sentimentos dos torcedores chineses e violaram o espírito de amor ao esporte e à paz. Não podemos entender, aceitar e perdoar isso”, relatou Corriere.

A NetEase não respondeu às acusações do jogador sobre a violação dos direitos humanos uigures pelas autoridades controladas pelo Partido Comunista Chinês (PCC).

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Por causa dessas mesmas palavras de Özil, jogador da equipe do Arsenal, no fim de semana a transmissão da partida Arsenal-Manchester City foi cancelada nas emissoras de Pequim.

Em 16 de dezembro, a China Central Television (CCTV) decidiu não transmitir a partida da Premier League inglesa depois que o jogador turco-alemão fez suas declarações sobre a região uigur de Xinjiang, conforme informou a agência Efe.

A mensagem do jogador, publicada no Instagram, dizia: “O Turquestão Oriental, a ferida sangrenta da Ummah, resistiu aos perseguidores que tentavam separá-los de sua religião. Eles queimaram seus Alcorões. Eles fecharam suas mesquitas. Eles proíbem suas escolas. Eles matam seus homens santos. Homens são forçados a acampar e suas famílias são forçadas a viver com homens chineses. As mulheres são forçadas a se casar com homens chineses”, segundo tradução do The Guardian.

“Mas os muçulmanos permanecem calados”, continuou Özil, que usou o termo turco Turquestão Oriental para definir a região. “Eles não vão fazer barulho. Eles os abandonaram. Você não sabe que consentir com a perseguição é a própria perseguição?”

A imprensa oficial chinesa confirmou naquele dia que a decisão de não transmitir o jogo foi tomada em retaliação aos comentários do jogador. A Associação Chinesa de Futebol (CFA) defendeu a posição das autoridades e disse que Xinjiang “não é uma questão étnica ou religiosa, mas uma questão de separatismo, terrorismo e extremismo que está sendo rejeitada pelos amantes da paz em todo o mundo”, informou Efe.

Segundo a imprensa oficial, acrescenta o relatório, o jogador “fez acusações sem fundamento e falsas narrativas sobre as políticas da China em Xinjiang”.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, o regime chinês “instituiu uma campanha altamente repressiva contra uigures, cazaques étnicos, quirguizes e outros membros de grupos minoritários muçulmanos na região autônoma uigur de Xinjiang, que inclui detenções massivas em campos de internação; vigilância generalizada de alta tecnologia; controles draconianos sobre expressões de identidades culturais e religiosas; e coerção de pessoas para que retornem do exterior a um destino muitas vezes perigoso na China”, disse o secretário de Estado Michel Pompeo em comunicado datado de 8 de outubro de 2019.

O Arsenal é um dos clubes mais populares da China, com uma base de fãs de 5 milhões de seguidores chineses na rede social Sina Weibo, e planeja criar um escritório comercial e uma franquia de restaurantes com temas de equipe.

A Premier League está no meio de um contrato de transmissão de três anos com o serviço de streaming online da China PPTV no valor de US$ 700 milhões.

“O conteúdo publicado foi inteiramente da opinião pessoal de Özil”, afirmou o Arsenal em comunicado no sábado, através da Weibo, uma plataforma de mídia social como o Twitter. “Como clube de futebol, o Arsenal sempre segue o princípio de ficar fora da política”.

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