Justiça espanhola decide extraditar ex-general chavista aos EUA

Por EFE
08 de Noviembre de 2019 5:29 PM Actualizado: 08 de Noviembre de 2019 5:29 PM

Madri, 8 nov – A Justiça espanhola autorizou nesta sexta-feira a extradição aos Estados Unidos, por crimes relacionados ao tráfico de drogas, do ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal, que foi chefe da contrainteligência durante os governos do ex-presidente Hugo Chávez e do atual mandatário, Nicolás Maduro.

Em setembro, a Audiência Nacional da Espanha havia negado a extradição por considerar que o pedido dos EUA se baseava em “motivação política”, por se tratar de um antigo chefe da contrainteligência da Venezuela, e destacou que as autoridades americanas não especificaram as acusações.

A Procuradoria-Geral recorreu dessa primeira decisão e o pleno da Audiência decidiu aceitar a extradição nesta sexta-feira, informaram fontes judiciais à Agência Efe.

Carvajal, 59 anos, foi preso na Espanha no dia 12 de abril sob um mandado de prisão dos EUA, com a alegação de que pretendia “inundar” o país com toneladas de cocaína, droga que supostamente entrava no território americano com a ajuda das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

A Audiência Nacional realizou uma audiência em 12 de setembro na qual Carvajal alegou que o pedido dos EUA era infundado e politicamente motivado porque, como seu advogado disse na época, a única coisa que o país queria era obter informações sobre o governo de Chávez.

“Não confio no sistema de justiça dos EUA. O simples fato de terem feito o que fizeram a mim é razão suficiente. Eu não vou ter o direito a defesa de nenhum tipo e também não vou promover provas”, enfatizou ao tribunal espanhol.

Carvajal, que agora se declara seguidor do líder da oposição, Juan Guaidó (reconhecido por muitos países como presidente interino da Venezuela), sentiu-se perseguido tanto nos Estados Unidos como na Venezuela por Maduro: “Eu o conheço bem e sei do que ele é capaz”, disse.

Após a audiência, a Audiência Nacional rejeitou a extradição porque os Estados Unidos se basearam apenas em uma declaração juramentada de um membro da Agência Antidrogas dos EUA (DEA), que culpou Carvajal por “conduta aberta, abstrata e inconcreta no tempo, local e atos”.

A corte espanhola também viu motivações políticas no pedido de rendição, “dentro da estratégia política dos EUA em relação à Venezuela”.

Os Estados Unidos atribuem ao ex-general crimes de “narcoterrorismo” por fazer parte de uma “estratégia dirigida da presidência da República” da Venezuela, com a cooperação das Farc, para introduzir “grandes quantidades de cocaína” no território americano.

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