Novo presidente argentino quer “fraternidade” com Brasil e pede agenda comum

Por efe
10 de Diciembre de 2019 4:44 PM Actualizado: 10 de Diciembre de 2019 4:44 PM

Buenos Aires, 10 dez – O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um apelo nesta terça-feira em seu discurso de posse em prol da “fraternidade” com o Brasil e enfatizou a necessidade de construção de uma agenda comum e que a “diferença pessoal” entre os governantes fique de lado.

“Com a República Federativa do Brasil, em particular, temos que construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, nos âmbitos tecnológico, produtivo e estratégico, que seja apoiada pela fraternidade histórica de nossos povos e que vá além de quaisquer diferenças pessoais daqueles que governam”, disse.

Bolsonaro tem profundas diferenças ideológicas com Fernández. O presidente brasileiro nunca escondeu sua preferência por Mauricio Macri, antecessor e derrotado pelo peronista nas eleições de outubro.

Após a vitória do agora novo presidente, Bolsonaro não o parabenizou e disse que não compareceria à posse, nem enviaria um representante do alto escalão do governo. Ontem, porém, decidiu que o vice-presidente, Hamilton Mourão, compareceria.

Além disso, Bolsonaro mostrou hoje um tom moderado ao falar sobre Fernández e desejou que o novo governo argentino seja bem sucedido e ressaltou que não quer “brigar com a Argentina”, mas sim fazer comércio com todos.

Um dos pontos em que os dois presidentes se chocam é sobre o Mercosul, bloco que Bolsonaro ameaçou rachar em várias ocasiões e que hoje Fernández afirmou que pretende fortalecer.

No discurso de posse, o novo presidente da Argentina falou sobre o norte de sua política internacional, que tem como objetivo posicionar o país como uma “terra de amizade e de relações maduras com todos” e integrada a uma América Latina que ele vê como uma “casa comum”.

Fernández denunciou que houve recentemente “vários movimentos autoritários” e “golpes de Estado” em diversos países, e garantiu que a Argentina oferecerá “princípios de paz”.

“Em qualquer cenário, a Argentina elevará altos seus princípios de paz, de defesa da democracia, de plena vigência dos direitos humanos. Defenderemos a liberdade e a autonomia dos povos para decidir seus próprios destinos”, acrescentou.

Fernández reivindicou “a legítima e imprescindível reivindicação de soberania sobre as ilhas Malvinas” e “os correspondentes espaços marítimos e insulares”.

“Defenderemos nossos direitos soberanos sobre as ilhas Malvinas, a plataforma continental, a Antártida argentina e os recursos naturais que estas extensões possuem, porque pertencem a todos os argentinos”, disse.

O peronista enfatizou que “não há mais lugar para o colonialismo no século XXI” e apontou a “paz e diplomacia” como “o único caminho possível”.

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