O povo cubano «a qualquer momento» causará uma «surpresa», diz Vargas Llosa

"Tenho a impressão de que o velho sonho guerrilheiro morreu, que hoje se sabe que não é esse o caminho a tomar se você quer sair do subdesenvolvimento, a opção é democracia, liberdade, coexistência na diversidade"

07 de diciembre de 2019 6:03 PM Actualizado: 07 de diciembre de 2019 6:03 PM

Por Debora Alatriste, Epoch Times

O renomado escritor Mario Vargas Llosa disse em Miami que tem a impressão de que o povo cubano «a qualquer momento» causará uma «surpresa» e se declarou mais otimista do que pessimista sobre o futuro próximo da América Latina.

Prêmio Nobel de Literatura 2010, Mario Vargas Llosa, que participou de um seminário sobre a crise na América Latina, comentou a situação geral da região em uma entrevista à Radio Televisión Martí.

Em relação aos países onde predominam as ditaduras, ele disse que «temos uma consciência clara de que existe uma maioria entre as populações, especialmente na Nicarágua e Venezuela (…) que querem uma democratização do sistema».

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Mas no caso da ditadura de Cuba, ele disse que não sabe exatamente o que está acontecendo, porque o país dá a impressão de estar «como em compasso de espera» devido à forte repressão. Segundo o escritor, “o povo cubano infelizmente sofre há 60 anos com uma terrível ditadura que parece… ter destruído as raízes da [liberdade e democracia]”, mas acrescentou que acredita que “essas raízes (…) ainda estão lá e que a qualquer momento o povo cubano nos fará uma surpresa, assim como o Chile fez, acho que a surpresa virá de Cuba a qualquer momento.”

Vargas Llosa descreveu Venezuela, Nicarágua e Cuba como «a mancha mais escura da América Latina, porque são ditaduras, são ditaduras ideológicas».

Sobre a situação no Chile, ele disse que foi uma surpresa para «nós latino-americanos que víamos no Chile um modelo» e acrescentou que «houve interferência da Venezuela … certamente, certamente, mas não acho que seja a coisa fundamental, o que aconteceu lá.»

Ele acrescentou que os protestos no país transandino não são do mesmo tipo que aconteceram recentemente no Equador e na Bolívia.

“Eles são da classe média [do Chile] que encontraram um teto e agora sentem que seus anseios por progresso foram brecados e que os levaram a criticar o sistema, mas isso é uma reação da classe média”, enquanto “no Equador, na Bolívia, a reação tem sido mais popular (…) é uma reação contra um sistema que não estimula o desenvolvimento, a prosperidade, a livre concorrência. Eu acho que a solução desses problemas vai ser encontrada e é uma solução que tem um conteúdo democrático, profundamente democrático”, afirmou Vargas Llosa.

E enfatizou que o caso da Bolívia é interessante porque, apesar da intromissão de Cuba e Venezuela, «os bolivianos conseguiram se libertar dela» e acrescentou: «Foi uma demonstração de que podemos nos libertar da má influência da Venezuela, de Cuba, Nicarágua.»

Vargas Llosa também apontou que as democracias da região enfrentam dois problemas principais: corrupção e populismo; ele acrescentou que no México o populismo está muito presente.

O escritor disse estar otimista com o resto da região: “Tenho a impressão de que o velho sonho guerrilheiro morreu, que hoje se sabe que não é esse o caminho a tomar se você quer sair do subdesenvolvimento, a opção é democracia, liberdade, coexistência na diversidade e acho que é mais ou menos a direção que estão tomando os países da América Latina mais lúcidos e mais conscientes do que está em jogo”.

Com informações da Agência EFE

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