Ópera de NY mantém apresentações de Plácido Domingo e aguarda investigações

Por Noticia de agencia
14 de agosto de 2019 3:17 PM Actualizado: 14 de agosto de 2019 3:17 PM

A Ópera Metropolitana de Nova York manteve Plácido Domingo em seu programa para setembro, outubro e novembro, mas aguarda os resultados da investigação das acusações de assédio sexual que será feita pela Ópera de Los Angeles, da qual o tenor espanhol é diretor-geral desde 2003.

Oito cantoras e uma dançarina acusaram Plácido Domingo de assédio sexual quando trabalharam com ele na década de 80 e, como resultado, a Ópera de São Francisco, na Califórnia, e a Orquestra da Filadélfia, na Pensilvânia, cancelaram a participação do tenor em atuações programadas para as próximas semanas.

«Tomamos as acusações de assédio sexual e abuso de poder com seriedade extrema. Esperaremos os resultados da investigação da conduta de Plácido Domino como diretor da Ópera de Los Angeles antes de tomar decisões finais sobre o futuro de Domingo na Met», afirma a Ópera Metropolitana de Nova York em comunicado.

«Deve-se levar em conta que durante a sua carreira na Met como artista convidado, Domingo jamais esteve em posição de influenciar as decisões sobre elencos para ninguém mais que ele mesmo», acrescenta a nota.

Anna Netrebko (Leonora) e Placido Domingo (Il Conte di Luna) são vistos durante o ensaio fotográfico ‘Il Trovator’ em 4 de agosto de 2014 em Salzburgo, Áustria. (Mandl/Getty Images)

No calendário da Met, Plácido Domingo tem programada uma atuação como cantor na produção de «Machbeth» em 25 de setembro, e no restante da temporada na apresentação de «Madama Butterfly».

A meio-soprano Patricia Wulf, uma ex-cantora de ópera que acusou Plácido Domingo de assédio sexual, confirmou suas acusações nesta terça-feira e disse contar com uma testemunha do suposto comportamento inadequado do tenor espanhol.

«O meu relato do que aconteceu é verdadeiro», disse à Agência Wulf, de 61 anos, que assegura ter cantado «em múltiplas ocasiões» com Plácido Domingo na Ópera Nacional de Washington, instituição da qual o cantor espanhol foi diretor artístico e diretor-geral.

«Tenho uma testemunha que respaldará tudo isto», acrescentou a artista aposentada, que não quis dar mais detalhes do caso porque, disse, «é muito difícil falar sobre isso».

Em entrevista à agência Associated Press (AP), Wulf afirmou que «cada vez que saía do palco», Domingo a esperava, se aproximava e sussurava: «Patricia, tem que ir para sua casa esta noite?».

Pelo menos outras oito mulheres – sete cantoras e uma dançarina – formularam acusações similares contra Domingo, mas Wulf foi a única que permitiu ser identificada.

Domingo, de 78 anos, disse em comunicado à AP que sempre acreditou que todas suas «interações e relações» com mulheres foram «pactuadas» e que as «alegações» de «indivíduos anônimos aconteceram pelo menos de 30 anos atrás» e são «profundamente preocupantes» e «inexatas».

«Reconheço que as normas e padrões da atualidade são muito diferentes do que eram no passado», acrescentou o artista.

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