Senadores dos EUA pressionam pela investigação do sistema de crédito social corporativo da China

"As empresas americanas precisam decidir como responder às tentativas chinesas de reprimir a liberdade de expressão"

04 de Diciembre de 2019 3:23 PM Actualizado: 04 de Diciembre de 2019 3:23 PM

Por Eva Fu, Epoch Times

Um grupo de 25 senadores está pedindo ao governo dos EUA que inicie uma investigação sobre o sistema de crédito social corporativo da China. Eles demonstraram “séria preocupação” com as ameaças que isso pode representar para empresas e trabalhadores americanos.

Em uma carta enviada em 2 de dezembro ao representante comercial Robert Lighthizer, os senadores disseram que o sistema de crédito social da China “levanta questões fundamentais sobre se as promessas de abertura de mercado e reformas regulatórias escritas produzirão condições equitativas na prática para empresas americanas que fazem negócios na e com a China”.

O sistema de crédito social corporativo, iniciado em 2014 e que estará totalmente operacional em 2020, usará um sistema algorítmico que coletará e avaliará dados corporativos para qualificar empresas nacionais e internacionais com base no cumprimento de cerca de 300 padrões determinados pelo Estado.

Leia também:
Trump avisa que acordo comercial com a China pode sair após eleições de 2020

As empresas com pontuações que caírem abaixo de um determinado limite enfrentarão penalidades. Incluindo restrições sobre licenças comerciais, oportunidades de contratação, taxas tributárias mais altas e até perda de acesso ao mercado.

A primeira rodada de avaliação atribuiu uma pontuação a cerca de 33 milhões de empresas, de acordo com uma declaração feita em setembro pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, uma agência de planejamento macroeconômico dependente do Conselho de Estado, que é semelhante a um gabinete.

Os parlamentares pediram ao governo dos EUA que priorize a pesquisa sobre o impacto desse sistema. Pediu também a apresentação de uma análise em futuros relatórios sobre a China e as relações comerciais bilaterais.

“Nossos valores aqui nos EUA não estão à venda, e é por isso que devemos acompanhar os esforços da China para forçar as empresas americanas a cumprir seu sistema defeituoso”, disse o senador Cory Gardner (republicano do Colorado) em comunicado de imprensa de 2 de dezembro.

O senador Michael Bennet (democrata do Colorado) disse em um comunicado: “O sistema de Crédito Social Corporativo da China é um avanço potencialmente alarmante, dada a crescente censura à mídia, Internet e às artes no país nos últimos anos”.

Manifestantes seguram folhetos no playground da Southorn em Hong Kong em 15 de outubro de 2019 (Anthony Wallace / AFP via Getty Images)
Manifestantes seguram folhetos no playground da Southorn em Hong Kong em 15 de outubro de 2019 (Anthony Wallace / AFP via Getty Images)

Na carta, os senadores enfatizaram a recente controvérsia em torno da Associação Nacional de Basquete, na qual a organização se curvou à pressão de Pequim e pediu desculpas por um tuíte do gerente geral do Houston Rockets, que mostrou seu apoio aos protestos que estavam ocorrendo em Hong Kong.

O incidente foi “o mais recente de uma série de tentativas da China de implantar seu poder estatal e econômico para sujeitar as entidades americanas à sua vontade”, escreveram os senadores.

Os senadores também expressaram a preocupação de que, com um sistema de classificação corporativa, o Partido Comunista Chinês possa pressionar mais as empresas americanas e forçá-las a apoiar suas posições políticas.

Em 2018, o regulador de aviação da China enviou cartas a 44 companhias aéreas internacionais, incluindo American Airlines, Delta e United Airlines, exigindo que abandonassem suas referências a Taiwan como país.

O regime chinês considera a ilha autônoma como uma província renegada que se reunificará com a China continental pela força militar, se necessário, embora Taiwan tenha seu próprio governo independente, Estado de direito e exército.

“As empresas americanas precisam decidir como responder às tentativas chinesas de reprimir a liberdade de expressão”, disse o senador Chris Coons (democrata do estado de Delaware) em comunicado.

Os senadores também alertaram que, dado o “desdém do regime pelo Estado de Direito, controles, equilíbrios, transparência e liberdade de imprensa”, o sistema de crédito social corporativo pode trazer “uma ampla gama de punições injustificadas”.

“Como punição para as pessoas que representam empresas consideradas ‘não confiáveis’, o regime comunista chinês planeja impor restrições de viagem, discriminação tributária, sanções pessoais e outras compensações. Nesse sentido, existem poucas punições que não devem ser levadas em consideração”, eles escreveram.

Siga Eva no Twitter: @EvaSailEast

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.