Taxa de suicídios na Venezuela aumenta em meio à crise no país (Vídeo)

Especialista alerta que a população com transtornos mentais é mais propensa a tomar a decisão de tirar a própria vida, uma vez que os tratamentos antipsicóticos e antidepressivos são escassos

27 de noviembre de 2019 10:56 AM Actualizado: 27 de noviembre de 2019 10:56 AM

Por Voice of America

O Observatório Venezuelano de Violência informou que a taxa de suicídios na nação sul-americana chegou este ano a 19 para cada 100 mil habitantes, o que faz da pequena nação petroleira o país com a mais alta taxa da América Latina.

Este novo número representa um aumento significativo em comparação com a taxa de 2012 na Venezuela, quando era de 4 para cada 100 mil habitantes. Em países da região como o Uruguai, a taxa é de 16, e em outros, como El Salvador, 8 para cada 100 mil habitantes.

O psiquiatra Luis Madrid alertou à Voz da América que o venezuelano comum está experimentando sentimentos de desesperança, dadas as deficiências econômicas do país.

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“A primeira causa é o desemprego e a situação econômica do país. Isso produz uma situação de incerteza, desesperança, ansiedade. A gente não consegue dormir. Ver seus filhos chorando porque eles não têm nada para comer. Ver seus filhos mal vestidos. Você não pode mandá-los para a escola (…) Ver que sua família se fragmentou”, diz Madri.

O especialista alerta que a população com transtornos mentais é mais propensa a tomar a decisão de tirar a própria vida, uma vez que os tratamentos antipsicóticos e antidepressivos são escassos na Venezuela. Dos 12 medicamentos comumente prescritos para tratar essa condição, apenas três estão disponíveis.

“Eles começam a baixar as doses e esticar a caixa de comprimidos, e os medicamentos não funcionam dessa maneira. Ao baixar a dose, as pessoas começam a ter pensamentos suicidas”, explica o médico.

O psiquiatra também chamou a atenção para as pessoas com mais de 65 anos que, em sua opinião, experimentam uma sensação de abandono, devido à emigração de seus parentes.

Especialistas dizem que essas ideias suicidas podem parar com o apoio da comunidade. “A pessoa deve se abrir para procurar ajuda profissional, de seus amigos, de sua família e de grupos de apoio”, diz o psiquiatra Juan Manuel Brito ao Voice of America.

A Federação de Psicólogos da Venezuela dispõe de uma linha telefônica gratuita e confidencial disponível para ajudar aqueles que têm pensamentos suicidas.

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