Venezuela é o país com maior retrocesso democrático do mundo, diz pesquisa

Estimativas da ACNUR e do governo do presidente Juan Guaidó indicam que, em dezembro de 2020, o número de venezuelanos no exílio poderá exceder oito milhões, se não houver mudanças políticas no país sul-americano

21 de Noviembre de 2019 8:48 PM Actualizado: 21 de Noviembre de 2019 8:48 PM

Por PanAmPost

A Venezuela é o país com o maior retrocesso democrático nos últimos 40 anos no mundo; o fato foi indicado por um relatório do Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA), que analisou a situação em 158 países.

A pesquisa revisada pelo jornal ABC da Espanha revela que o país governado pela tirania de Nicolás Maduro é o único no mundo que “deixou de ser uma democracia com altos níveis de governo representativo em 1975 para tornar-se um regime não democrático na atualidade”.

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O trabalho, intitulado “O estado global da democracia em 2019”, alerta sobre a deterioração da qualidade democrática e a ascensão do autoritarismo no mundo e alerta que “a qualidade da democracia está sendo corroída em todas as regiões do mundo e seu valor está mais questionado do que nunca.”

IDEA afirma ainda que o retrocesso da democracia na América Latina, Europa e Ásia está intimamente relacionado ao surgimento de partidos políticos populistas da esquerda.

“O percentual de democracias fracas e frágeis aumentou significativamente na última década”, enquanto o bom funcionamento foi reduzido em mais da metade desde 1980, de 48% para apenas 22% das democracias em 2018.

Desde a chegada de Hugo Chávez ao poder, o governo se caracterizou pela violação da propriedade privada, a perseguição contra dissidentes, o aumento do número de presos políticos, a escassez de bens e serviços e, além disso, à censura e ao fechamento de meios de comunicação.

O universo das empresas que atualmente operam no país é de 2.500 indústrias, sendo que quando o chavismo assumiu o poder, eram 12.700; o que significa que 10.200 desapareceram após regulamentações de violação do mercado livre, como a Lei de Custos e Preços Justos e o rígido controle cambial.

A isto se soma o aumento de casos de tortura contra dissidentes, onde em apenas nove meses deste ano foram registradas 554 vítimas de tortura.

Segundo a ONG Provea, a maior parte das torturas praticadas contra membros da oposição consistiu em espancamentos, golpes, choques elétricos, crucificação, chutes e insultos por parte de funcionários do Corpo de Segurança de Nicolás Maduro.

Dessa forma, 21 pessoas morreram entre janeiro e setembro de 2019 como resultado da tortura recebida dos agentes da força pública.

Mas, além da tortura, no país sul-americano – segundo dados do Fórum Penal Venezuelano -, 402 prisioneiros políticos permanecem enclausurados.

Com liberdades e direitos restringidos e uma crise econômica sem precedentes, os venezuelanos foram forçados a fugir para outros países em busca de um futuro melhor e de ares mais democráticos.

Estimativas da ACNUR e do governo do presidente Juan Guaidó indicam que, em dezembro de 2020, o número de venezuelanos no exílio poderá exceder oito milhões, se não houver mudanças políticas no país sul-americano.

Esta matéria foi originalmente publicada por PanAm Post

O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do Epoch Times

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