Alberto Fernández torna sem efeito sanções da Argentina contra chavismo

Com essa primeira ação do governo de Alberto Fernández em apoio ao ditador Nicolás Maduro, ficou claro que o presidente encarregado Juan Guaidó perdeu um forte aliado na luta pela democracia na Venezuela

Por Sabrina Martín, PanAm Post
12 de diciembre de 2019 3:58 PM Actualizado: 12 de diciembre de 2019 3:58 PM

Menos de uma semana duraram as sanções aplicadas pela Argentina sob o Tratado de Assistência Recíproca (TIAR) contra a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Com a posse de Alberto Fernández como presidente argentino, ficou evidente o bloqueio das medidas adotadas pelos países da região; isto, depois de receber o recentemente sancionado em seu território, o chavista Jorge Rodríguez.

Em 3 de dezembro e após três meses de espera, os países membros do TIAR divulgaram uma lista de sanções financeiras e restrições de viagem contra o regime de Nicolás Maduro; no entanto, na terça-feira, 10 de dezembro, representantes da ditadura compareceram à posse de Fernández na Argentina, uma violação completa das recentes sanções adotadas pelo mesmo país há uma semana, mas sob o governo de Mauricio Macri.

Fernández teria falado por telefone com Maduro e decidido convidar o chavista e usurpador ministro da Informação, Jorge Rodríguez, para a tomada de posse presidencial, quem, até poucas horas atrás, estava proibido de entrar naquele país.

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Segundo informações não oficiais, um avião particular de origem turca foi responsável por transferir a comitiva enviada por Maduro que seria composta por cerca de cinco funcionários do chavismo.

Com essa primeira ação do governo de Alberto Fernández em apoio ao ditador Nicolás Maduro, ficou claro que o presidente encarregado Juan Guaidó perdeu um forte aliado na luta pela democracia na Venezuela.

Deve-se lembrar que Fernández já havia anunciado que deixaria o Grupo de Lima; ele, juntamente com sua vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, assumirá uma postura de “não interferência” no caso da Venezuela, para evitar ter que se posicionar contra a ditadura de Nicolás Maduro.

Adeus sanções?

Fernández havia anunciado que, após sua vitória na presidência, criaria uma nova instância de mediação encabeçada por Argentina, México e Uruguai; uma espécie de grupo de contato que até agora condena as sanções, apela ao diálogo na Venezuela e ignora as medidas tomadas no âmbito do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR).

Jorge Rodríguez, juntamente com outros 28 funcionários chavistas, foi sancionado ao ser incluído em uma lista de pessoas ligadas à ditadura. Os listados foram proibidos de entrar e transitar pelas 18 nações signatárias, incluindo a Argentina.

Com Fernández na presidência da Argentina, sua posição também mudará em organizações como a OEA, de onde mais de uma dúzia de países ativaram o Tratado. A partir de agora, qualquer das medidas adotadas para sancionar o regime, conforme anunciado recentemente pelos ministros das Relações Exteriores da OEA, será nulo e sem efeito na Argentina.

Essas nações se comprometeram a «investigar, processar, capturar e extraditar» as pessoas envolvidas em corrupção e crimes contra a humanidade na Venezuela; além de “preparar listas de pessoas físicas e jurídicas que mantêm relação comercial com a ditadura para emitir sanções”. Com Alberto Fernández na presidência da Argentina, essas ações evaporaram no ar.

Esta matéria foi originalmente publicada em PanAm Post

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