A China planeja construir outras 300 usinas a carvão que produzirão o equivalente a todas as usinas existentes nos 28 países da União Europeia.
Apesar de ter assinado tratados sobre mudança climática para reduzir as emissões de CO2, incluindo os Acordos de Copenhague de 2009, patrocinados pelas Nações Unidas, e o Acordo de Paris de 2015, a capacidade de gerar eletricidade a partir do carvão na China quintuplicou, passando de 195 gigawatts (GW) em 2000 para 973 GW em 2018.
Embora a China tenha aumentado implacavelmente sua geração de energia a carvão, 1.756 GW da capacidade planejada foi cancelada entre 2010 e 2018, de acordo com o Global Energy Monitor. Já respondendo por quase metade dos 2.024 GW de capacidade de queima de carvão do mundo, o Financial Times informou que a China adicionará outros 148 GW de energia doméstica de carvão, quase o equivalente a 149 GW de capacidade de queima de carvão existente na União Europeia.
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A China fez «reduções significativas» na poluição do ar nos cinco anos compreendidos entre 2013 a 2017, reduzindo os níveis de poluição de partículas finas de PM2,5 (partículas em suspensão de menos de 2,5 mícrons) em cerca de um terço, de acordo com um estudo publicado pela revista americana Proceeding of the National Academy of Scientist (PNAS). Porém, como a concentração de PM2.5 em Pequim em 2013 foi 40 vezes superior aos padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reduzir os níveis em um terço significa que as concentrações de PM2.5 em Pequim continuam sendo 27 vezes superiores aos padrões recomendados pela OMS.
O estudo credita à China a implementação de novos padrões para usinas termelétricas e caldeiras industriais, substituição de antigas fábricas e novas regras de emissão para veículos. O PNAS elogiou o grande aumento da capacidade de energia renovável da China, mas não mencionou que a capacidade de queima de carvão dos chineses aumentou 28% no mesmo período.
A principal razão para o incrível crescimento do consumo de energia na China foi que os líderes comunistas ordenaram às empresas estatais de energia que maximizassem o crescimento das exportações de manufaturados subsidiando os preços da eletricidade dos consumidores industriais. Mas quando confrontada com ameaças de represálias comerciais de países desenvolvidos que sofrem com a perda de empregos, a China foi forçada em 2017 a mudar para um sistema de preços orientado pelo mercado até 2020, de acordo com a Enodo Economics.
Os ambientalistas assumiram que, com a receita média de energia renovável por unidade de eletricidade gerada caindo para um prêmio modesto sobre o custo do carvão, a China aumentaria drasticamente sua implantação em escala industrial de parques eólicos e solares.
Mas o Instituto de Pesquisa Energética relata que a natureza intermitente da produção de energia eólica e solar e a incapacidade de gerar energia durante a demanda máxima de consumo «impuseram» custos adicionais às empresas de serviços públicos para manter constantemente disponível a capacidade de energia de reserva baseada em combustíveis fósseis. O estudo constatou: “em média, novas usinas eólicas e solares custam cerca de 65% a mais do que as usinas a carvão existentes antes de aplicar os custos dos impostos à energia eólica e solar e o dobro quando aplicam-se custos [fiscais].”
O líder chinês Xi Jinping disse a 40 nações no «Fórum Um Cinturão, Uma Rota» (OBOR, na sigla em inglês) em Pequim em abril que a China está comprometida com «um desenvolvimento aberto, limpo e verde». Mas Xi acrescentou que as empresas chinesas no estrangeiro incluem mais de 300 usinas de carvão em lugares como Turquia, Vietnã, Indonésia, Bangladesh, Egito e Filipinas.
Devido às expansões internas e externas da China, o carvão atualmente gera uma porcentagem próxima de 40% da eletricidade do mundo, segundo o Banco Mundial. Atualmente, 78 países usam carvão para gerar eletricidade, em comparação com 66 em 2000, e outros 16 estão construindo ou planejando construir usinas a carvão.
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