Estátuas budistas na China sucumbem à campanha nacional de destruição

Por Bitter Winter
19 de Diciembre de 2019 2:14 PM Actualizado: 19 de Diciembre de 2019 2:14 PM

Nos arredores do Templo de Baimiaozi, localizado na cidade de Qingyi, sob a jurisdição da cidade de Mianyang, na província de Sichuan, no sudoeste, há uma estátua de Kwan Yin com mil mãos, com aproximadamente 10 metros de altura. Em julho, o governo local ordenou que a pessoa encarregada pelo templo escondesse a estátua porque “era horrível por causa de sua altura”, ameaçando demoli-la se ele não cumprisse as ordens. O trabalho acabou custando ao templo mais de 120 mil iuanes (cerca de US$ 17 mil).

Estátua de Kwan Yin com mil mãos, localizada nos arredores do Templo de Baimiaozi, antes e depois de ser ocultada (Bitter Winter)
Estátua de Kwan Yin com mil mãos, localizada nos arredores do Templo de Baimiaozi, antes e depois de ser ocultada (Bitter Winter)

Em agosto, na província de Jiangxi, no sudeste, uma estátua de Kwan Yin com 12 metros de altura, localizada nos arredores do Templo de Yunfeng, na cidade de Pingxiang, foi encerrada em um pavilhão especialmente construído para esse fim por ordem da equipe de inspeção provincial. O custo da construção do pavilhão foi superior ao da própria estátua: mais de 700 mil iuanes (cerca de US$ 98 mil).

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Estátua de Kwan Yin, localizada nos arredores do Templo de Yunfeng, foi trancanda em um pavilhão (Bitter Winter)
Estátua de Kwan Yin, localizada nos arredores do Templo de Yunfeng, foi trancanda em um pavilhão (Bitter Winter)

508 estátuas de arhats foram destruídas

Em novembro, foi dada ordem para a destruição de 508 estátuas de arhats, localizadas na Área Cênica do Reino Budista de Longshan, na cidade de Dongyang, província oriental de Zhejiang. Criadas e instaladas graças ao financiamento de um doador individual, as estátuas foram feitas em pedaços porque as autoridades decidiram que “não tinham significado educativo”; a justiticativa é mais uma que se soma à extensa lista de razões ridículas que o regime comunista chinês tem usado em sua guerra contra os ícones budistas localizados ao ar livre, além das desculpas de “obstruir a visão dos pilotos” ou de “ser alto demais“.

Fontes revelaram que, durante a destruição, que durou uma semana, o local cênico foi isolado por ordem de autoridades locais, ficando proibidos os visitantes de entrar no local.

Vídeo: Mais de 500 estátuas de arhats foram destruídas por não terem “significado educacional”

Um templo antigo perde mais de 50 estátuas

Durante o mês de maio, na cidade de Xinzhou, na província norte de Shanxi, oficiais do governo local ordenaram a destruição de mais de 50 estátuas localizadas ao redor de um templo budista construído durante a dinastia Tang (618-907), depois de afirmar que “o Estado não permite a existência de estátuas budistas localizadas ao ar livre.”

Segundo fontes internas, os ícones não tinham mais de 5 metros de altura, e a maioria deles estava fechada em pavilhões; portanto, tecnicamente, eles não podiam ser considerados estátuas ao ar livre. No entanto, a ordem teve que ser cumprida, pois as autoridades locais temiam ser repreendidas por seus superiores ou até perder suas posições.

Mais de 50 estátuas localizadas nos arredores de um templo na cidade de Xinzhou foram destruídas (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)
Mais de 50 estátuas localizadas nos arredores de um templo na cidade de Xinzhou foram destruídas (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)

Várias estátuas de Kwan Yin foram retiradas

No início de junho, na cidade de Datong, Shanxi, a pessoa encarregada de um templo budista foi pressionada pelas autoridades locais a destruir uma estátua de Kwan Yin, com 13 metros de altura, localizada ao lado do local de culto, caso contrário todo o templo seria destruído.

Estátua de Kwan Yin, localizada na cidade de Shanxi, em Datong, foi destruída para salvar o templo (Bitter Winter)
Estátua de Kwan Yin, localizada na cidade de Shanxi, em Datong, foi destruída para salvar o templo (Bitter Winter)

No mês de agosto, uma estátua budista com menos de 10 metros de altura, localizada nos arredores do Templo de Fuquan, localizada na cidade de Wuan, na província de Hebei, no norte, foi derrubada à força após o funcionário local encarregado ser ameaçado de demissão se a estátua não fosse destruída.

Estátua localizada no templo de Fuquan foi derrubada em agosto (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)
Estátua localizada no templo de Fuquan foi derrubada em agosto (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)

“Fiquei atormentado à beira de um colapso mental durante aqueles dias. Não tendo outra escolha, tive que obedecer ao Partido e destruir a estátua”, disse o funcionário, inconformado.

No mês de agosto, Bitter Winter noticiou sobre a a estátua de Kwan Yin, localizada no templo de Puzhao, no condado de Shan, na província oriental de Shandong, que teve de ser coberta para não ser demolida. No entanto, um mês depois, o ícone desapareceu depois que o governo local enviou um guindaste para derrubá-lo.

Estátua de Kwan Yin, localizada no templo de Puzhao, foi coberta para que não fosse demolida (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)
Estátua de Kwan Yin, localizada no templo de Puzhao, foi coberta para que não fosse demolida (a foto à esquerda foi cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)

“Ninguém conseguiu parar com aquilo. Havia um grande número de oficiais, incluindo alguns pertencentes à Agência de Assuntos Religiosos do condado, além de policiais. Quem quer que tentasse argumentar com eles corria o risco de ser preso”, lembrou com raiva um budista de aproximadamente oitenta anos de idade.

Estátua demolida em setembro (imagem cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)
Estátua demolida em setembro (imagem cedida por uma fonte interna) (Bitter Winter)

Este artigo foi publicado originalmente por Bitter Winter, uma publicação sobre liberdade religiosa e direitos humanos na China

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