Evo Morales quebra seu compromisso de não fazer declarações políticas ao chegar na Argentina

O governo boliviano fez númeras reclamações, com base nas regras de asilo e refúgio, ao executivo mexicano por permitir que Morales fizesse declarações políticas constantes

Por Sebastian Puerta, Epoch Times
14 de diciembre de 2019 3:16 PM Actualizado: 14 de diciembre de 2019 3:16 PM

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, quebrou na sexta-feira, 13 de dezembro, sua promessa feita ao governo de Alberto Fernández de não se pronunciar sobre questões políticas, apenas algumas horas após sua chegada à Argentina.

Por volta das 6 horas da manhã de ontem (13), o ex-presidente escreveu um tuíte no qual se pronunciou contra o governo de transição da presidente Jeanine Áñez e seus colaboradores, Luis Fernando Camacho e Carlos Mesa.

Em sua mensagem, Morales critica a privatização de empresas nacionais, afirmando que o povo boliviano «lutou para recuperar os recursos naturais».

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O governo de fato de Áñez, Camacho e Mesa pretende voltar ao passado. Eles falam sobre privatizar e entregar nossas empresas estratégicas às transnacionais. Eles estão preparando o retorno do FMI. O povo boliviano, juntamente com o #ProcesoDeCambio, lutou para recuperar nossas RRNN.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) December 13, 2019

Apenas um dia antes de sua chegada ao país do sul, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, havia dito que o ex-presidente havia prometido não fazer declarações políticas. «É uma condição que pedimos», disse o diplomata em declarações feitas à TN.

Além disso, soube-se que essa condição havia sido negociada diretamente entre Morales e o novo presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, antes de sua chegada ao aeroporto de Ezeiza, segundo pesquisas da mídia Infobae.

A chegada de Morales e Álvaro García Linera, ex-vice-presidente, Diego Pary Rodríguez, ex-chanceler, Gabriela Montaño, ex-ministra da Saúde e do ex-embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA) aconteceu depois que seu pedido de asilo político foi concedido, disse Felipe Solá em entrevista com a TN.

Morales «vem para ficar» e se sente «muito grato». «Ele nos disse que se sente melhor aqui do que no México e não nos pediu nenhuma custódia especial», disse Solá depois de indicar que os recém-chegados iniciarão o processo para serem aceitos como refugiados políticos perante o Ministério do Interior.

Por seu lado, o governo boliviano espera que a Argentina cumpra as regras de refúgio político e que Morales não receba um “microfone aberto” como o México fez quando ele estava lá.

«Esperamos que a Argentina cumpra estritamente esses princípios e as regras do direito de asilo e do direito de refúgio e o que aconteceu no México não aconteça novamente, que (Morales) tinha um microfone aberto, um palanque montado para fazer política», disse a inistra das Relações Exteriores da Bolívia Karen Longaric em entrevista coletiva para o jornal Erbol da Bolívia.

Segundo o jornal, o governo boliviano fez númeras reclamações, com base nas regras de asilo e refúgio, ao executivo mexicano por permitir que Morales fizesse declarações políticas constantes.

Morales chega à Argentina após uma turnê pelo México e Cuba. Neste último país, o ex-presidente permaneceu sob um clima de grande segredo. A mídia oficial do regime cubano permaneceu calada sobre o assunto de sua chegada; no entanto, a ex-ministra da Saúde, Gabriela Montaño, disse que sua viagem tinha como objetivo a «realização de exames médicos».

Com informações da Agência EFE

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