Ex-vice-prefeito de Pequim se declara culpado de aceitar grandes propinas

Desde que assumiu o cargo em 2012, o líder do Partido Comunista Chinês Xi Jinping lançou uma ampla campanha anticorrupção para expurgar o Partido Comunista Chinês

Por Olivia Li
12 de noviembre de 2019 9:07 AM Actualizado: 12 de noviembre de 2019 9:07 AM

Um ex-político de Pequim foi julgado no tribunal de Nanjing (província de Jiangsu) em 7 de novembro, acusado de aceitar propinas no valor de 129 milhões de yuans (US$ 18,5 milhões).

Chen Gang, 52 anos, foi vice-prefeito de Pequim entre 2006 e 2017. Ele se formou na Universidade de Tsinghua em planejamento urbano. Ele é mais conhecido por seu papel de liderança no desenvolvimento urbano de Pequim durante a preparação para os Jogos Olímpicos de 2008, incluindo a construção do estádio conhecido como Ninho de Pássaro, que sediou os jogos.

Chen ocupou cargos em vários postos-chave na área de desenvolvimento urbano, bem como no controverso Projeto de Transferência de Água Sul-Norte da China, o maior projeto de canalização de água do mundo.

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Chen foi acusado de tirar proveito do cargo para permitir que algumas empresas do ramo de construção se beneficiassem de projetos de desenvolvimento em troca de dinheiro e presentes no valor de 129 milhões de yuans (US$ 18,5 milhões) entre 2003 e 2018.

Mais especificamente, Chen ajudou a eliminar obstáculos aos projetos de construção, como por exemplo obter aprovação para alterações no zoneamento, ajustar os requisitos regulamentares, obter aprovação em uma inspeção final e fazer passar a conclusão para beneficiar essas empresas de construção, de acordo com os promotores.

Essas acusações significam que Chen afrouxou os padrões dos projetos e permitiu que obras de baixa qualidade passassem na inspeção final.

As autoridades voltadas ao combate da corrupção na China anunciaram em 6 de janeiro deste ano que Chen será investigado. Em 9 de janeiro, o portal de notícias chinês Sohu informou sobre o caso de Chen. A matéria do site diz que a esposa de Chen já emigrou para o Canadá e que Chen geralmente recebia os subornos através de sua esposa, a fim de esconder sua identidade.

Além dos promotores na China, a esposa de Chen trabalhou em estreita colaboração com um promotor chinês residente no Canadá chamado Li, recém imigrado para o Canadá. Chen, com autoridade no planejamento do uso da terra, permitiu que Li fizesse uma grande fortuna por meio de projetos de desenvolvimento na China. Em troca, Li usou o dinheiro que acumulou nesses projetos para subornar Chen e ajudá-lo a obter promoções.

Segundo a matéria divulgada pelo Sohu, Chen já havia transferido grandes quantidades de ativos para o exterior antes que as autoridades chinesas o perseguissem.

Segundo informações públicas, em janeiro de 2013, mais de 480 funcionários seniores em nível provincial ou ministerial ou superior haviam sido condenados por corrupção e pelo menos 58 funcionários haviam desviado ou aceito subornos no valor de mais de 100 milhões de yuanes ( 14,3 milhões de dólares).

Desde que assumiu o cargo em 2012, o líder do Partido Comunista Chinês Xi Jinping lançou uma ampla campanha anticorrupção para expurgar o Partido de funcionários que se comportam de maneira imprópria e que muitas vezes são membros de uma facção da oposição leal ao ex-líder do Partido Jiang Zemin.

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