Não existe ambientalismo; existe apenas comunismo

O movimento ambiental tem como prioridade atender a agenda socialista. Seu papel é manter a pauta ecológica sob controle da esquerda para, sempre que for conveniente, utilizar seu poder de comoção e de mobilização contra governos de direita

Por João Cesar de Melo, Instituto Liberal
16 de octubre de 2019 12:42 PM Actualizado: 16 de octubre de 2019 12:42 PM

Logo que eu soube do derramamento de petróleo nas praias nordestinas, visualizei mais uma onda de ataques ao atual governo. Porém, nesse mesmo dia, soubemos que o petróleo é venezuelano. Por isso, fiz questão de esperar uma semana até escrever sobre o assunto. Acompanhei as notícias.

Cerca de metade dos municípios litorâneos da Região Nordeste tiveram suas praias atingidas. Mais de 400 toneladas de petróleo foram retiradas das areias, com outras tantas toneladas aguardando providências. Incontáveis animais marinhos encontrados mortos. O maior desastre ambiental já ocorrido no litoral brasileiro.

Houve notícia, mas não houve comoção.

O movimento ambiental que um mês antes convocava o mundo para a luta contra as queimadas na Amazônia não viu razão para mobilização semelhante em favor do oceano.

A imprensa que não vacila em acusar − com ou sem provas − a direita de agir contra a natureza tomou extremo cuidado ao noticiar o caso para que os leitores não especulassem que o derramamento de petróleo possa ter sido proposital, obra da ditadura socialista de Nicolás Maduro para enfraquecer o governo de Jair Bolsonaro.

Este caso deixa bem claro que o movimento ambiental tem como prioridade atender a agenda socialista. Seu papel é manter a pauta ecológica sob controle da esquerda para, sempre que for conveniente, utilizar seu poder de comoção e de mobilização contra governos de direita. Temos certeza de que se esse petróleo tivesse saído de alguma refinaria ou navio da Petrobras, a ONU e a União Europeia, as ONGs, a garotinha sueca e a elite cultural estariam promovendo mais um escarcéu contra o Brasil.

A segunda função do movimento ambiental é alimentar o culto à natureza – como disfarce do culto ao partido − para se atingir o objetivo final do comunismo: a formação de uma nova sociedade.

As organizações ambientais que mais recebem verbas e espaço na mídia compartilham as seguintes ideias:

1 – A natureza é um patrimônio da humanidade, portanto, cada bioma e porção do oceano não pertence ao país onde se encontra, mas a todos os habitantes do planeta;

2 – Alguém tem que gerenciar esse patrimônio. Deve-se, então, criar uma organização internacional para decidir o que fazer com essas áreas, quais os usos que podem ser permitidos etc;

3 – Para legitimar as ações dessa organização, deve-se aprovar uma constituição global e soberana de defesa da natureza, com o entendimento de que a preservação ambiental depende do fim das desigualdades sociais;

4 – Para viabilizar economicamente suas ações, deve-se criar um imposto global.

5 – As autoridades dessa organização devem ser eleitas pelos dirigentes das diversas ONGs reconhecidas (reconhecidas!) atualmente, porque só eles sabem do que a natureza realmente precisa.

Implantado isso, tem-se todos os instrumentos para:

6 − Adoção do substantivo “natureza” como nome dessa organização e dos territórios por ela controlados, criando, então, um gigantesco país chamado Natureza.

7 – Aprovação de leis de identificação e punição dos inimigos da Natureza;

8 – Supressão da liberdade intelectual para evitar que ela seja utilizada para propagar ideias contrárias à preservação da Natureza;

9 – Supressão do direito à propriedade privada como forma de eliminação das desigualdades sociais, uma das causas dos crimes contra a Natureza;

10 – Supressão da liberdade econômica para evitar acúmulos de capital que acabem recriando a desigualdade, que leva à destruição da Natureza;

11 – Criação de um exército global para defender a Natureza, inclusive, de governos que tiveram partes de seus territórios incorporados a ela;

12 – Criação de forças policiais para garantir o cumprimento das leis de preservação da Natureza;

13 – Criação de áreas de interesse econômico, onde as riquezas da Natureza seriam exploradas a fim de financiar sua preservação e para a manutenção do seu exército de defesa;

14 – Criação de “campos de gratidão”, locais de reeducação dos inimigos da Natureza, onde eles devem, por meio do trabalho forçado, retribuir a vida que a Natureza lhes deu.

15 – Com seu exército de defesa do patrimônio da humanidade, a Natureza deve ocupar os países que promoveram devastação ambiental para salvar seus povos da desgraça e também para impedir que a devastação promovida por eles comprometa o esforço global para salvar o planeta.

16 – Consolidação do poder da Natureza sobre todas as vontades e necessidades humanas, porque apenas assim os homens poderão viver em harmonia com o meio natural e consigo mesmos.

Só duvida que isso possa acontecer quem não conhece a teoria e a história do comunismo.

Quem conhece a teoria sabe que o uso de belas palavras e nobres justificativas tem como objetivo conquistar o apoio do povo para um projeto que nunca demora para se tornar imensamente impopular, requerendo o uso sistemático da violência e do terror para continuar se mantendo de pé.

Quem conhece a história enxerga a semelhança do roteiro totalitário descrito acima com os movimentos e regimes comunistas que levaram mais de cem milhões de pessoas à morte no mundo no último século.

Há poucas semanas, na cara de todos nós e com o apoio da esquerda liderada pelo PT, foi cogitada a internacionalização da Amazônia. Ou seja: que cerca de 60% do território brasileiro passasse a ser administrado por organizações como ONU ou Greenpeace.

O comunismo é em sua essência um movimento internacional e o ambientalismo é uma das formas de se construir isso.

Obviamente que a preocupação com a natureza não é monopólio de esquerdopatas; no entanto, as ONGs ambientais de projeção nacional e internacional são todas controladas por eles. Isso significa que todo engajamento bem-intencionado de direita ou realmente isento será utilizado para compor a narrativa da esquerda contra a direita.

Mesmo que um grupo de pessoas isentas crie uma ONG realmente focada na preservação ambiental, tal organização só terá espaço na mídia se corroborar o discurso já consolidado, descrito no texto. Sem espaço na mídia, não se tem poder político. Sem poder político, não se consegue fazer nada.

Um ótimo exemplo disso são os diversos pesquisadores que refutam a hipótese do aquecimento global causado pelo homem. Nenhum deles tem espaço na grande imprensa, o que não os torna importantes politicamente.

Como lutar contra isso? Tema para outro texto.

https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/as-pistas-que-podem-ajudar-a-desvendar-misterio-de-petroleo-que-atingiu-praias-do-nordeste.ghtml

João Cesar de Melo é arquiteto e artista plástico

O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do Epoch Times

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