Buenos Aires, 10 dez – O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um apelo nesta terça-feira em seu discurso de posse em prol da «fraternidade» com o Brasil e enfatizou a necessidade de construção de uma agenda comum e que a «diferença pessoal» entre os governantes fique de lado.
«Com a República Federativa do Brasil, em particular, temos que construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, nos âmbitos tecnológico, produtivo e estratégico, que seja apoiada pela fraternidade histórica de nossos povos e que vá além de quaisquer diferenças pessoais daqueles que governam», disse.
Bolsonaro tem profundas diferenças ideológicas com Fernández. O presidente brasileiro nunca escondeu sua preferência por Mauricio Macri, antecessor e derrotado pelo peronista nas eleições de outubro.
Após a vitória do agora novo presidente, Bolsonaro não o parabenizou e disse que não compareceria à posse, nem enviaria um representante do alto escalão do governo. Ontem, porém, decidiu que o vice-presidente, Hamilton Mourão, compareceria.
Além disso, Bolsonaro mostrou hoje um tom moderado ao falar sobre Fernández e desejou que o novo governo argentino seja bem sucedido e ressaltou que não quer «brigar com a Argentina», mas sim fazer comércio com todos.
Um dos pontos em que os dois presidentes se chocam é sobre o Mercosul, bloco que Bolsonaro ameaçou rachar em várias ocasiões e que hoje Fernández afirmou que pretende fortalecer.
No discurso de posse, o novo presidente da Argentina falou sobre o norte de sua política internacional, que tem como objetivo posicionar o país como uma «terra de amizade e de relações maduras com todos» e integrada a uma América Latina que ele vê como uma «casa comum».
Fernández denunciou que houve recentemente «vários movimentos autoritários» e «golpes de Estado» em diversos países, e garantiu que a Argentina oferecerá «princípios de paz».
«Em qualquer cenário, a Argentina elevará altos seus princípios de paz, de defesa da democracia, de plena vigência dos direitos humanos. Defenderemos a liberdade e a autonomia dos povos para decidir seus próprios destinos», acrescentou.
Fernández reivindicou «a legítima e imprescindível reivindicação de soberania sobre as ilhas Malvinas» e «os correspondentes espaços marítimos e insulares».
«Defenderemos nossos direitos soberanos sobre as ilhas Malvinas, a plataforma continental, a Antártida argentina e os recursos naturais que estas extensões possuem, porque pertencem a todos os argentinos», disse.
O peronista enfatizou que «não há mais lugar para o colonialismo no século XXI» e apontou a «paz e diplomacia» como «o único caminho possível».
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