Washington, 6 dez – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que decidiu adiar a designação dos cartéis mexicanos como organizações terroristas após o pedido do presidente do país vizinho, Andrés Manuel López Obrador.
«A pedido de um homem de quem gosto e respeito, e que tem trabalhado tão bem conosco, o presidente Andrés Manuel López Obrador, adiamos temporariamente essa designação», escreveu Trump no Twitter.
«Todo o trabalho necessário para declarar os cartéis mexicanos como organizações terroristas está completo. Legalmente estamos prontos para fazê-lo», completou o presidente americano na mesma rede social.
Trump anunciou na semana passada a intenção de incluir os cartéis de narcotraficantes mexicanos na lista de organizações terroristas mantida pela Casa Branca. Desde então, funcionários do governo dos EUA discutiam os procedimentos legais necessários para atender o desejo do presidente.
A medida foi anunciada pouco depois do massacre de nove integrantes da família LeBaron por parte de integrantes dos cartéis no estado de Sonora, um crime que causou grande comoção no México e nos EUA.
Hoje, o procurador-geral dos EUA, William Barr, esteve no México e se reuniu com López Obrador. Os dois conversaram sobre como proteger os cidadãos dos dois países das organizações criminosas transnacionais.
Barr agradeceu ao México pela prisão dos suspeitos do massacre. No entanto, os dois não informaram se haviam discutido a designação dos cartéis como organizações terroristas. López Obrador é contra a proposta de Trump.
O presidente mexicano considera que a medida pode abrir caminho para a entrada de forças estrangeiras no país, algo inaceitável para o governo. Apesar disso, López Obrador reiterou a disposição de cooperar com os EUA em temas de segurança.
Os Estados Unidos têm uma longa lista de organizações designadas como terroristas. A maioria delas é de tendência islâmica, marxista ou separatista. Fazem parte da relação, por exemplo, o Hamas, da Palestina, o Hezbollah, do Líbano, a Guarda Revolucionária do Irã e o grupo jihadista Estado Islâmico.
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