Tribunal saudita condena cinco pessoas à morte pelo assassinato de jornalista do Washington Post

O veredito sobre o assassinato causou uma ampla condenação da comunidade mundial e provocou fortes reações de vários governos e jornalistas

Por Venus Upadhayaya, Epoch Times
23 de diciembre de 2019 4:11 PM Actualizado: 23 de diciembre de 2019 4:11 PM

Um tribunal da Arábia Saudita condenou cinco pessoas à morte em 23 de dezembro pelo assassinato de Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post que foi morto no ano passado dentro do consulado saudita em Istambul.

«Pena de morte para (5) indivíduos por cometer e participar diretamente do assassinato do cidadão Jamal Khashoggi», confirmou o Ministério das Relações Exteriores do Reino da Arábia Saudita em uma mensagem no Twitter na segunda-feira (23).

Em um comunicado, o promotor disse que concluiu a investigação e o devido processo legal que incluiu 31 pessoas, das quais 21 foram presas.

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Ele disse que desses 11 réus, cinco receberam pena de morte por participar diretamente do assassinato.

«Diferentes sentenças totalizando (24) anos de prisão para (3) indivíduos por seu papel em encobrir esse crime e violar a lei», afirmou o comunicado.

O tribunal considerou três pessoas inocentes e retirou todas as acusações contra elas. Nenhuma acusação foi apresentada contra outras dez pessoas devido a «evidências insuficientes».

Khashoggi, residente nos EUA e colunista do Washington Post, desapareceu depois de entrar no consulado saudita em 2 de outubro para obter documentos para seu casamento próximo. O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita admitiu em 19 de outubro que Khashoggi havia sido morto durante sua visita ao consulado e disse que havia prendido 18 cidadãos sauditas e demitido cinco altos funcionários.

Foto de 10 de outubro de 2018, tirada de um vídeo feito pelo circuito interno de televisão pela polícia e disponibilizado pelo jornal turco Sabah, mostra os suspeitos no caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi (fora da foto) no aeroporto Ataturk, em Istambul, em 2 de outubro de 2018 (Jornal Sabah / AFP via Getty Images)
Foto de 10 de outubro de 2018, tirada de um vídeo feito pelo circuito interno de televisão pela polícia e disponibilizado pelo jornal turco Sabah, mostra os suspeitos no caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi (fora da foto) no aeroporto Ataturk, em Istambul, em 2 de outubro de 2018 (Jornal Sabah / AFP via Getty Images)

O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, de 34 anos, foi amplamente acusado de matar Khashoggi, já que alguns dos envolvidos no assassinato supostamente trabalharam para ele.

A TV estatal saudita informou que Saud al-Qahtani, ex-assessor do príncipe herdeiro e que foi sancionado pelos Estados Unidos por seu suposto papel no assassinato, não tinha envolvimento comprovado no caso, segundo a Fox News.

Mohammed al-Otaibi, cônsul-geral saudita em Istambul, foi declarado inocente e libertado da prisão após o veredicto de segunda-feira.

O julgamento também concluiu que os culpados de matar Khashoggi não tinham intenção anterior de matar o jornalista.

O veredito sobre o assassinato causou uma ampla condenação da comunidade mundial e provocou fortes reações de vários governos e jornalistas na segunda-feira.

“Quando os sauditas condenam cinco pessoas à morte pelo assassinato de Khashoggi, tememos que seja uma maneira de silenciá-las para sempre e esconder a verdade. Não podemos considerar que a pena de morte ajude a justiça. Ainda esperamos uma prestação de contas completa”, afirmou Christophe Deloire, Secretário Geral do Repórteres Sem Fronteiras, em mensagem no Twitter.

“O assassinato de Jamal Khashoggi foi um crime terrível. A família de Khashoggi merece justiça por seu assassinato brutal. A Arábia Saudita deve garantir que todos os responsáveis sejam responsabilizados e que tal atrocidade não ocorra novamente”, afirmou Dominic Raab, secretário de Relações Exteriores do Reino Unido em comunicado.

Raab condenou «o uso da pena de morte em qualquer circunstância por uma questão de princípios».

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