Los Angeles (EUA), 16 dez – Não é todo dia que uma história de quatro décadas chega ao fim, ainda mais um fenômeno global que supera fronteiras e gerações: «Star Wars: A Ascensão Skywalker» fecha a saga iniciada em 1997 e é uma das estreias mais esperadas da história do cinema, mas antes de tudo foi um desafio para quem tornou o filme em realidade.
Cientes de que cada declaração dada às vésperas da estreia é analisada com lupa por fãs em busca de dicas do que irá ocorrer, J.J. Abrams, diretor do novo e último episódio, e os protagonistas do longa conversaram com a Agência Efe em Los Angeles durante um evento especial para celebrar a história criada por George Lucas.
Como será o retorno póstumo de Carrie Fisher como princesa Leia? Haverá referências à origem? Rey passará para o lado escuro da força? Essas são algumas das perguntas que os fãs esperam ver respondidas a partir da quinta-feira, quando o filme chega aos cinemas do Brasil e todo o mundo.
PARTICIPAÇÃO PÓSTUMA DE CARRIE FISHER
Abrams já havia antecipado que Carrie Fisher, que morreu em 2016 aos 60 anos, estará presente no filme como a icônica princesa Leia. Isso pôde ser feito graças às cenas gravadas por ela para «Star Wars: O Despertar da Força» que não foram utilizadas no sétimo filme da saga.
«Não havia forma de contar a história sem Leia. Pegamos cenas que não usamos e escrevemos novas que aconteciam ao redor de Carrie. Tivemos que gravar a nova parte com a mesma iluminação e coreografia de câmeras», explicou Abrams.
«Ficamos trabalhando um ano na edição e ela está tão viva no filme que é triste saber que a perdemos. Era um ser humano precioso, incrível e autêntico», completou o cineasta, que também dirigiu «O Despertar da Força».
Para Daisy Ridley (Rey), que dá um forte abraço em Leia no trailer do filme, os fãs gostarão da participação de Carrie no último filme da saga.
«Foi emocionante (abraçá-la), é um momento muito emotivo e, além disso, uma parte importante do filme. Ela tem cenas brilhantes e comoventes. Os fãs ficarão felizes ao vê-las», disse a protagonista.
Quem também falou sobre Carrie foi Oscar Isaac (Poe), cujo personagem é um subordinado da comandante Leia Organa na guerra entre a Resistência e a Primeira Ordem. O ator conversou com a Efe pouco depois de ter visto o filme completo.
«Foi melancólico vê-la tão viva e vital no filme, mas saber que ela não está mais entre nós e que não verá o emblemático personagem que criou. É um pouco triste», disse Isaac.
O FUTURO DE REI E DA LINHAGEM SKYWALKER
A conclusão da saga da família Skywalker é um dos maiores mistérios do filme. Depois de tantas guinadas e de ver Rey assumir certa liderança no fim do oitavo episódio, Ridley revelou que o papel de sua personagem nesta nova aventura será decisivo.
«Se ela fosse para o lado sombrio não sei se as pessoas ficariam desencantadas… Bom, entendo que algumas sim. Ela enfrentará muitos desafios, mas tenho que dizer que este é um filme sobre esperança. Sendo assim, vamos esperar que ela escolha o lado correto», antecipou a atriz.
HAVERÁ UM ROMANCE ENTRE POE E FINN?
Ainda que o público imagine centenas de possíveis finais para «Ascensão Skywalker», uma das ideias que ganhou mais força nos últimos dias é de um possível romance entre Poe e Finn (John Boyega). A repercussão foi tão grande que até os dois atores falaram abertamente sobre a hipótese.
Para Isaac, os dois «deveriam ser namorados». «Isso deveria ter sido levado um pouco mais longe porque havia uma possibilidade. Isso mostra, no fim, que há algo muito bonito entre eles…. Mas, eu gostaria de ter visto mais intimidade entre Finn e Poe? Sim», afirmou.
A ideia foi corroborada por Boyega, que reconheceu a proximidade entre os dois personagens. «Eles passam muito tempo juntos, há química e uma união muito próxima», explicou.
A cada estreia de um novo episódio a história se repete. As redes sociais são lotadas de comentários sobre o filme. Alguns dos fãs odeiam. Outros amam. Antes da estreia, as muitas teorias sobre o a história também dominam os debates e os atores já conhecem de cor o guia para evitar qualquer tipo de vazamento. Eles, porém, garantem que estão blindados da pressão.
«Isso não nos afeta, não levamos isso para o estúdio porque o melhor que você pode fazer por um fã é concentrar no seu trabalho», afirmou Boyega.
Ridley, por sua vez, jogou a bola no colo de Abrams. «Ele é quem teve que escrever, saber o que é preciso concluir. Tinham uma responsabilidade da qual nunca fomos cientes», explicou.
Já a atriz Keri Russell (Zorri Bliss) acha que o fenômeno de «Star Wars» é «esmagador», no bom sentido da palavra, porque «há muitas lembranças e sentimentos associados à saga».
PÓS-ESTREIA
É difícil, senão impossível, fazer um final que agrade a todos. Ciente disso, Abrams definiu «Ascensão Skywalker».
«Eu tinha que encontrar uma maneira de fechar esses nove filmes de uma forma que, daqui a 100 anos, uma criança veja todos eles, todos os nove, e sinta que há uma narrativa que leve a esse final», antecipou o diretor.
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