Viena, 20 set (EFE)- Presidente da comunidade judaica de Salzburgo, Marko Max Feingold, o mais velho sobrevivente do Holocausto na Áustria, morreu na quinta-feira passada, aos 106 anos, segundo informou o jornal austríaco «Kurier».
Nascido em 28 de maio de 1913 em um povoado da Eslováquia, Feingold foi criado em Viena, onde frequentou o colégio e passou a trabalhar com comércio.
Após a anexação nazista da Áustria, fugiu para Praga, na República Tcheca. Detido pela Gestapo (Polícia Secreta do regime nazista) em maio de 1939, acabou sendo deportado para diversos campos de concentração, nos quais sobreviveu a torturas e maus-tratos.
Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, Feingold foi transferido do campo de Auschwitz, na Áustria, para outros três na Alemanha. O primeiro foi Neuengamme, depois Dachau e, por último, Buchenwald, onde foi liberto por tropas americanas em abril de 1945.
O sobrevivente, que tinha perdido todos os parentes no Holocausto, se instalou no mesmo ano na cidade de Salzburgo, 300 quilômetros a leste de Viena. Lá, acabou passando o resto da vida, sempre muito ligado à pequena comunidade judaica local, que presidiu até a sua morte.
Nos primeiros anos do pós-guerra, participou ativamente da emigração ilegal de dezenas de milhares de refugiados judeus sobreviventes do Holocausto da Europa central para a Palestina e, depois, Israel.
Desde que se aposentou, em 1977, Feingold participou de centenas de palestras, sobretudo em colégios, para falar sobre o judaísmo, contra o antissemitismo e explicar as experiências vividas no Holocausto, além de ser muito ativo no diálogo inter-religioso.
«A história, também a mais obscura e mais desumana, pode se repetir», era uma das advertências de Marko Feingold para as futuras gerações, lembra o jornal «Kurier».
Pelo ativismo a favor da reconciliação, Feingold recebeu uma série de condecorações oficiais do Estado austríaco e do estado federado de Salzburgo.
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