Los Angeles (EUA), 14 set (EFE)- Mito sexual nos anos 80 e 90, Patrick Swayze não foi o típico astro de Hollywood, como mostra um documentário que, dez anos após a morte do ator, aos 57 anos, mostra seus primeiros passos no balé e seu grande amor pela cultura cowboy.
«I Am Patrick Swayze» é o título do documentário que teve direção e roteiro de Adrian Buitenhuis e fala sobre o inesquecível protagonista de «Dirty Dancing» (1987) e «Ghost» (1990), que morreu em 14 de setembro de 2009 devido a um câncer de pâncreas.
Além da fama e do talento do artista, o documentário reflete algumas facetas curiosas de Swayze, como o amor desde pequeno pelo balé, uma paixão que teve que defender em meio a chacotas de outras crianças que, assim como ele, viviam no predominantemente conservador estado do Texas.
Se dançando ele se sentia um peixe dentro d’água, no campo Swayze também encontrou outro paraíso particular, já que sempre cultivou um ar de cowboy que o afastou de Los Angeles para viver em paz cercado pela natureza e por cavalos.
Do balé à vida no campo, de menino sensível a um cara durão, Swayze teve uma carreira moldada entre contrastes que desafiavam alguns estereótipos de sua época.
«Era um sujeito assim, machão, mas realmente tinha a alma de um poeta», afirmou no documentário a agente do ator, Kate Edwards.
Assim, «I Am Patrick Swayze» se esforça para retratar a pessoa real por trás das sensuais danças de «Dirty Dancing: Ritmo Quente» e da tórrida cena do vaso de argila em «Ghost», enfatizando que nem tudo era tão brilhante como parecia ser sob os flashes dos fotógrafos.
Problemas com o alcoolismo e os abusos que sofreu por parte da mãe são apenas dois exemplos dos obstáculos com os quais o ator teve que lidar ao longo da vida.
O documentário também apresenta um artista ambicioso e bastante versátil, cheio de energia e que era capaz tanto de protagonizar cenas de intensas lutas em «Matador de Aluguel» (1989) como de fazer um apelo à humanidade e à compaixão em «A Cidade Da Esperança» (1992).
Uma coisa que parecia incomodá-lo era o fato de que Hollywood não o considerava um artista de verdade, mas o via apenas como outro rostinho bonito para conquistar adolescentes.
E embora tenha roubado milhões de corações ao redor do planeta (Swayze chegou a ser eleito o homem mais sexy do mundo pela revista «People» em 1991), o certo é que sua filmografia se destaca por ser a de um ator com um amplo e sólido portfólio.
O ator trabalhou com Francis Ford Coppola em «Vidas sem Rumo» (1983), brilhou como drag queen em «Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar» (1995), e explorou sua veia mais comercial, que o levou ao topo com «Dirty Dancing» e «Ghost», em outras grandes produções como «Caçadores de Emoção» (1991).
Nos últimos anos de vida, Swayze perdeu posições na indústria. Entretanto, o câncer que em poucos meses o levou à morte comoveu uma Hollywood que continua a lembrá-lo pelo espírito selvagem, a autoconfiança e a imagem do sedutor que tinha tudo sob seu poder.
«Foi triste ver alguém tão cheio de vida ir embora tão cedo», disse no documentário Demi Moore, companheira de cena de Swayze em «Ghost».
«Acho que sua doçura contagiou todos os que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele», acrescentou.
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