Londres, 13 dez – O primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, disse nesta sexta-feira que o Reino Unido trabalhará «como amigos e iguais em soberania» com a União Europeia (UE) para construir um novo relacionamento no próximo ano.
Em discurso à nação fora de sua residência oficial em Londres, Johnson disse que o novo governo «Tory», que tem maioria absoluta após o resultado das eleições gerais de ontem, governará para todos os britânicos, independente de terem votado contra ou a favor do Brexit no referendo de 2016.
Johnson foi empossado hoje pela rainha Elizabeth II, embora estivesse no cargo desde 24 de julho, quando substituiu Theresa May.
Em seu primeiro discurso após a posse, o líder conservador pediu os britânicos que «permitam o início da cura» após as divisões que surgiram no referendo, nas quais 52% contra 48% dos cidadãos apoiaram a saída da UE.
Johnson agradeceu aos antigos eleitores trabalhistas pelo apoio nessas eleições e prometeu fazer todo o possível para manter essa «confiança e governar uma nação».
O primeiro-ministro reiterou que os resultados dessas eleições confirmam «um amplo mandato» para executar o Brexit na data prevista para 31 de janeiro.
Mais cedo, em discurso após a confirmação da vitória, Johnson disse que a maioria obtida em favor da saída do bloco europeu «encerra a terrível ameaça de outro referendo», como defendido por outros partidos.
Johnson prometeu manter outras promessas feitas durante a campanha e reconhece que elas são importantes para manter o voto trabalhista do norte da Inglaterra, como investir mais em serviços públicos, especialmente na saúde.
De acordo com a mídia britânica, Johnson não deve fazer alterações em sua equipe do governo até a próxima segunda-feira e, de qualquer forma, elas serão pequenas.
A abertura das sessões do Parlamento, suspensa pela campanha eleitoral, está prevista para o próximo dia 19, após o que se espera que o premier adie o projeto de lei de saída da União Europeia no dia seguinte.
Segundo disse uma porta-voz da Câmara dos Comuns à Agência Efe, seria tecnicamente possível que a legislação Brexit fosse aprovada antes do final do ano, mas isso implicaria em permitir dias de trabalho nas férias de Natal habituais, o que parece improvável para acontecer.
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