Enquanto decisões que favorecem o crime organizado e enfraquecem o combate à corrupção são analisados em tempo recorde pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pessoas comuns veem seus recursos na Corte trancados por anos.
É o que aconteceu com o cliente de uma advogada do Rio Grande do Sul, que faleceu aguardando por onze anos o julgamento de uma ação pelo Supremo.
“É com lástima que viemos aos autos juntar a cópia de atestado de óbito de Celmar Lopes Falcão, e dar-lhe os parabéns. Parabéns, Ministra, pela demora!”, ironizou a advogada.
Lílian Velleda Soares fez a critica ao STF em uma anotação de prestação de informações protocolada no Tribunal nesta quarta-feira (25), onde também lamentou a falta de efetividade.
“A sociedade está cansada de um Judiciário caríssimo e que, encastelado, desconsidera os que esperam pela ‘efetividade’ e pelo cumprimento das promessas constitucionais”, escreveu.
No texto endereçado à ministra Rosa Weber, que substituiu Ellen Gracie na relatoria do processo em 2011, quando ela se aposentou, a advogada afirma que a ministra encarna o “desprezo” do Judiciário “pelo outro” e informa ainda a singeleza do funeral.
“Informamos também que as pompas fúnebres foram singelas, sem as lagostas e os vinhos finos que os nossos impostos suportam”, em uma referência aos gastos exorbitantes, quando fez licitação de R$ 1,1 milhão para refeições servidas para a Corte.
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