Washington, 13 nov – As primeiras audiências públicas da investigação da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que podem levar a um julgamento político do presidente do país, Donald Trump, começaram nesta quarta-feira em meio a uma grande expectativa e com a presença de centenas de jornalistas.
Esta é a primeira audiência sobre um julgamento político de um presidente dos EUA em duas décadas, desde que Bill Clinton teve que responder sobre sua relação com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, processo no qual foi absolvido.
Em discurso de 15 minutos, o congressista democrata Adam Schiff, presidente do comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, explicou que as audiências visam mostrar que Trump abusou do poder de presidente quando pressionou a Ucrânia para que abrisse uma investigação relacionada ao ex-vice-presidente Joe Biden – um dos pré-candidatos do Partido Democrata às eleições de 2020 – e à empresa de gás ucraniana Burisma Group, que tinha o filho de Biden, Hunter, como diretor.
«Isso é o que deveriam esperar os americanos e seu presidente? Se esta conduta não merece um julgamento político, então o que merece?», questionou Schiff.
As audiências são transmitidas ao vivo pelas principais redes de televisão americanas e, na sala do comitê de Inteligência, há dezenas de cinegrafistas e fotógrafos, que têm que se revezar em turnos para entrarem no local e registrar imagens por poucos minutos.
Hoje depõem Bill Taylor, embaixador interino dos EUA na Ucrânia; e George Kent, um subsecretário de Estado adjunto responsável pela política americana para o país do leste europeu.
A portas fechadas, Taylor afirmou que Trump condicionou a doação de US$ 400 milhões em ajuda militar à Ucrânia e uma reunião na Casa Branca com o presidente ucraniano, Vladimir Zelenski a um compromisso de Kiev de investigar Biden, seu filho e uma suposta interferência de ambos e a Burisma nas eleições presidenciais americanas de 2016 para beneficiar Hillary Clinton, então concorrente do agora mandatário.
Na sexta-feira será a vez do depoimento de Marie Yovanovitch, que até maio foi embaixadora dos EUA na Ucrânia e que supostamente foi demitida por pressões de Trump.
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