Criatura com corpo humano e cabeça de morcego: seria o Batman da cultura maia?

Na década de 50, um casal brasileiro relatou ter encontrado uma “criatura semelhante a um morcego”, no território onde os fósseis de Desmodus Draculae haviam sido desenterrados no Brasil

Por CELESTE ARMENTA
14 de octubre de 2019 11:32 PM Actualizado: 15 de octubre de 2019 12:36 AM

Na cultura popular, «o cavaleiro da noite», Batman, é bem conhecido, mas nem todo mundo faz referência ao fato de que na América Central, há mais de 2000 anos atrás, um ser em forma de homem e com cabeça de um morcego já era conhecido.

80 anos se passaram desde que o super-herói Batman da DC Comics apareceu, e este ano os fãs do Cavaleiro das Trevas ficaram de olho no anúncio da nova produção e, é claro, de seu novo ator. Em maio passado, a dúvida foi esclarecida e foi anunciado que o ator do Twitlight, Robert Pattinson, dará vida ao super-herói, publicou a Forbes.

Mas poucos sabem de uma história que conta detalhes sobre uma criatura antropomórfica, meio homem e meio morcego, que vivia em cavernas da América pré-colombiana, e que longe de ser um herói e buscar justiça, era um símbolo de medo. Fora do submundo, Camazotz é uma divindade pré-hispânica bem conhecida no panteão mesoamericano.

Sua origem remonta pelo menos 500 a. C. e a prova disso são as esculturas esculpidas em pedra, urnas de cerâmica, pinturas e códigos. A palavra Camazotz significa morte por morcego, segundo a revista mexicana de Arqueologia.

Figura período Zapotec dos deuses do bastão IIIA. Fotografado no Museu Americano de História Natural, em Nova York (Mary Harrsch / Flickr CC BY-NC-SA 2.0)
Figura período Zapotec dos deuses do bastão IIIA. Fotografado no Museu Americano de História Natural, em Nova York (Mary Harrsch / Flickr CC BY-NC-SA 2.0)

Associadas à noite e à escuridão, existem aproximadamente 1100 espécies de morcegos, das quais algumas geralmente se alimentam de pequenos insetos, outro grupo é inclinado a frutas e pólen de flores, e apenas três espécies se alimentam de sangue, o último vive apenas na América Central e do Sul, sendo o mais conhecido como Desmodus Rotundus, conhecido como vampiro comum.

No livro sagrado dos maias, o Popol Vuh, caracterizado por seu conteúdo histórico e mitológico, descreve uma caverna chamada Zotzilaha onde Camazotz viveu, um ser com um corpo muito semelhante ao humano, mas com a cabeça de um morcego.

Camazotz teria descido do céu para eliminar os humanos de madeira criados em uma terceira tentativa pelos deuses, pois aqueles que não tinham sentimentos e não podiam venerar os deuses eram punidos por seu orgulho, segundo outro artigo da Arqueologia Mexicana dedicado ao livro maia.

Embora se acredite que o morcego Desmodus Rotundus – o vampiro comum – tenha inspirado o Camazotz, há também uma outra versão que fala de um vampiro gigante que morreu no Pleistoceno entre 2,6 milhões de anos e 10 mil aC.

Morcego-vampiro (Créditos: Flickr / funmontanaviva / Desmodus rotundus / CC BY-ND 2.0)
Morcego-vampiro (Créditos: Flickr / funmontanaviva / Desmodus rotundus / CC BY-ND 2.0)

Para dar credibilidade a esta versão, em 1988, um fóssil de morcego-vampiro foi descoberto em Monagas, Venezuela. Chamava-se Desmodus Draculae, e é comumente conhecido como um vampiro gigante, sendo 25% maior que o vampiro atual, informou a Ancient Origins.

E no século XX, em 1947, avistamentos de figuras semelhantes a morcegos gigantes ou pterossauros também foram registrados. Ainda na década de 50, um casal brasileiro relatou ter encontrado uma “criatura semelhante a um morcego”, no território onde os fósseis de Desmodus Draculae haviam sido desenterrados no Brasil.

Morcegos policromos de Platão, personagens do submundo. Cultura maia. Período Clássico (320 a 987 dC). Balamku, Campeche. Cerâmica com decoração engole e policromada. Museu Forte de San Miguel, Campeche (Salvador alc / Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)
Morcegos policromos de Platão, personagens do submundo. Cultura maia. Período Clássico (320 a 987 dC). Balamku, Campeche. Cerâmica com decoração engole e policromada. Museu Forte de San Miguel, Campeche (Salvador alc / Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)

Já na era contemporânea, em 2014 a Warner Bros Entertainment e o Museu Mexicano de Design lançaram o “BATMAN ATRAVÉS DA CRIATIVIDADE MEXICANA”, para comemorar o 75º aniversário da aparição do chamado “Cavaleiro das Trevas”. O objetivo era criar esculturas de fibra de vidro inspiradas no super herói.

O artista mexicano Christian Pacheco apresentou uma peça representativa de Camazotz que fascinou o público. Na descrição em sua página oficial, o artista comenta:

“O deus morcego da cultura maia CAMAZOTZ está associado à noite e o submundo foi o ponto de partida da peça feita, as cores e formas da decoração são inspiradas nos braceros de cerâmica encontrados no templo da cruz foliada nas ruínas arqueológicas de Palenque, gerando uma peça que presta homenagem ao nosso passado pré-hispânico. ”

É possível que uma ou várias reuniões entre os habitantes da Mesoamérica e os Desmodus Draculae tenham motivado várias histórias, das quais agora há um registro em livros antigos como Popol Vuh e em manifestações artísticas de grande parte dos povos pré-hispânicos da América antiga.

Felizmente, a história antiga está constantemente revisando e se atualizando.

Histórias milagrosas de um grupo de russos
https://www.facebook.com/ETSublime/videos/vl.603817313483761/446037782809792/?type=1

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.