Por Olivia Li, Epoch Times
Um jornalista que estava cobrindo os acontecimentos durante os protestos contra o governo de Hong Kong revelou no Facebook que, há alguns dias atrás, ele foi diagnosticado com cloracne, uma rara erupção cutânea de cravos ou espinhas, cistos e nódulos, diretamente relacionados com exposição a dioxinas. Os especialistas médicos de Hong Kong acreditam que a exposição a dioxinas veio do uso de gás lacrimogêneo pela polícia de Hong Kong.
Além disso, outro usuário da Internet explicou nas redes sociais que muitos policiais também haviam contraído cloracne; no entanto, altos oficiais os proibiram de dizer aos outros por medo de que isso pudesse assustar outros policiais.
Yuhong Chan, jornalista que trabalha no Stand News, com sede em Hong Kong, em 13 de novembro disse em um post no Facebook que estava informando sobre os protestos pelo menos uma vez por semana nos últimos dois meses. Ele começou a sentir irritação na pele desde outubro. Ao procurar um médico da medicina chinesa há alguns dias, confirmou-se que ele havia contraído cloracne.
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«Essas protuberâncias se assemelham a doenças de pele transmitidas por mosquitos, mas são muito densamente distribuídas e às vezes acompanhadas de muita coceira», escreveu Chan, descrevendo as erupções cutâneas semelhantes a acne.
«Não tenho tanto medo», continuou ele. «Minha vida valerá a pena enquanto eu amar os outros, amar a mim mesmo, fizer o meu trabalho todos os dias e usar minha experiência (como jornalista) para participar da criação de uma nova Hong Kong.»
Logo após Chan publicar sua história no Facebook, um usuário da Internet postou uma mensagem anônima, dizendo que, tanto quanto ele sabe, muitos policiais também contraíram cloracne.
Segundo sua publicação, sua mãe é proprietária de um pequeno salão de beleza. Uma cliente que frequenta o salão regularmente é a esposa de um policial. Um dia, essa cliente começou a chorar enquanto fazia um tratamento facial no salão de beleza, dizendo que o marido havia sido diagnosticado com cloracne.
Quando o marido procurou os médicos pela primeira vez, ele não revelou que era policial. Os médicos pensaram que era uma alergia na pele, portanto, prescreveram medicamentos. O tratamento só piorou sua condição. Então ele foi ver um dermatologista e foi diagnosticado com cloracne. Mais tarde, ele contou a seus colegas sobre seu problema de pele e descobriu que eles também tinham sintomas semelhantes. Então todos os seus colegas foram ver os médicos e foi confirmado que todos eles tinham cloracne.
A cliente do salão de beleza também revelou que seu marido recebeu licença médica, mas seus supervisores o proibiram de divulgar as notícias, para que outros policiais não entrassem em pânico.
Vários especialistas médicos publicaram uma carta aberta conjunta no Stand News, pedindo à polícia de Hong Kong que prestasse mais atenção à saúde e segurança pública.
“Não é exagero dizer que o cloracne é incurável. As dioxinas e os compostos semelhantes à dioxina são muito estáveis: uma vez absorvidos pelo organismo, são difíceis de excretar e sua meia-vida é de até 20 anos. Em outras palavras, quando esses compostos entram no seu corpo, não há cura. Os medicamentos prescritos pelos médicos só podem aliviar os sintomas temporariamente”, dizia a carta.
O pior é que o cloracne é simplesmente o sintoma de envenenamento em um estágio inicial devido a dioxinas altamente tóxicas, de acordo com esses especialistas. Se as dioxinas no corpo humano excederem o limite de segurança, elas poderão levar a sérios problemas de saúde, como vários tipos de câncer, imunidade enfraquecida e distúrbios endócrinos. Para mulheres grávidas, as dioxinas podem causar aborto espontâneo ou feto deformado, e é provável que as dioxinas sejam transmitidas ao bebê.
Os médicos especialistas apontaram que, quando é acionado, a temperatura do gás lacrimogêneo excede 400 graus Celsius. Com uma temperatura tão alta, o principal componente do gás lacrimogêneo, a cloroacetofenona (CN), libera compostos semelhantes às dioxinas, que podem entrar no corpo humano através do contato com a pele, comida, água e inalação.
Eles acreditam que, para os jornalistas que estão na linha de frente, o contato com a pele é uma das principais rotas. Mesmo com equipamentos de proteção, como uma máscara ou um respirador, algumas partes do corpo ainda estão expostas ao meio ambiente.
A Coalizão do Projeto de Lei Anti-Extradição de Hong Kong coletou todos os dados relacionados ao disparo de gás lacrimogêneo pela polícia, com base em coletivas de imprensa da polícia nos últimos seis meses, e concluiu que a polícia disparou pelo menos 9.362 cartuchos de gás lacrimogêneo entre 12 de junho e 13 de novembro.
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