O atual líder de Cuba, Miguel Díaz-Canel, foi eleito nesta quinta-feira (10) pela Assembleia Nacional o primeiro presidente do país em 40 anos, e ocupará cargo que deixou de existir em 1976 e foi restituído com a nova Constituição, aprovada em abril deste ano.
Díaz-Canel, de 59 anos, iniciará assim o primeiro mandato de cinco anos, depois de, em abril do ano passado, ter assumido como o sucessor de Raúl Castro. O novo chefe de governo passa a ter poderes ainda mais amplos, já que poderá tomar decisões sem depender da aprovação do Conselho de Estado, pelo menos formalmente.
«Hoje começa uma nova etapa de trabalho para aqueles que representamos, como Estado e governo», afirmou o presidente, em primeiro discurso após ser confirmado no cargo.
A Assembleia Nacional votou e confirmou o presidente da República, durante uma sessão extraordinária em que também designou como vice-presidente, Salvador Valdés Mesa, um veterano político e ex-líder sindical, que de 74 anos e já atuava como o número 2 do governo.
Ao todo, 579 votos a favor da escolha de Díaz-Canel, entre 580 deputados. Valdés Mesa, por sua vez, contou com o apoio de 569 parlamentares nesta quinta-feira.
Toda a reunião de hoje da Assembleia Nacional, que durou mais de duas horas, foi transmitida pela emissora pública de televisão, incluindo o primeiro discurso do presidente, que também foi relatado em tempo real no Twitter oficial do cargo.
«As prioridades do governo são as exportações, o investimento estrangeiro, a construção de casas, a produção de alimentos, o turismo, o transporte e as fontes renováveis de energia», disse Díaz Canel.
O presidente ainda pediu resistência da população diante da crise energética atravessada por Cuba, devido os problemas de desabastecimento de combustível. Além disso, indicou a necessidade de redução de despesas por parte dos cubanos.
Díaz-Canel também atacou os Estados Unidos, que classificou como «império, velho e desmoralizado», dirigido por «um exército de políticos medíocres e mentirosos». O chefe de governo ainda culpou o presidente americano, Donald Trump, pelos problemas econômicos sofridos pela ilha.
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