Passei brevemente por vídeos e postagens sobre os recentes afagos do presidente Bolsonaro ao regime comunista chinês na cúpula dos BRICS – reunião de países ditos emergentes. Vi que a maioria dos comentários de quem apoia Bolsonaro de forma incondicional está a elogiá-lo por um suposto pragmatismo nas relações com outros países, também a colocar o Brasil acima das ‘’ideologias’’ na tentativa de trazer investimentos estrangeiros advindos da China.
Não é minha intenção ser estraga-prazer, mas me sinto na obrigação de lembrar aos meus leitores algumas pequeñas cosas para uma visão mais próxima possível da realidade. Longe de mim compactuar com as narrativas do mainstream midiático contra o presidente Bolsonaro, porém a questão das relações brasileiras com a China merece alguns comentários mais racionais para uma análise mais aprofundada. E ao desnudar a coisa, a sensação é de que Bolsonaro transformou uma visão sua correta do tema em uma noção pragmática terrivelmente maléfica.
Explico: a China não é flor que se cheire. Para quem não sabe, o Estado chinês é simplesmente um gigante e executor de uma política de controle dos seus cidadãos de fazer inveja a Mao Tse-Tung. O sistema de ‘’crédito social’’ é uma aberração a fazer lembrar 1984, obra de George Orwell. Com essa maluquice tirânica, o Estado avalia o comportamento do povo chinês, e com base em critérios por ele mesmo instituídos, premia ou pune as pessoas sob tais critérios.
Se internamente a China mostra sua tentação tirânica com seu próprio povo, externamente a coisa não é muito diferente. Ela faz parte do esquema russo-chinês, uma das três vias globalistas desejosas da implementação de um governo mundial sob seus auspícios. Seu maior inimigo é os Estados Unidos, por isso o bloco apoia financeiramente, militarmente e até economicamente ditaduras antiamericanas no dito terceiro mundo. Do famigerado regime iraniano à nossa problemática vizinha Venezuela, a China atua ao lado da Rússia para a perpetuação do totalitarismo nos quatro cantos do mundo – desde que tenha antiamericanismo no meio.
Diante desse cenário, Bolsonaro sempre teve um posicionamento correto sobre o regime chinês. Ao ser colocado na presidência por um eleitorado liberal, conservador e fortemente anticomunista, ele deveria sim reduzir a tremenda importância geopolítica que a China veio a desempenhar no Brasil por obra do lulopetismo. Sem provocações gratuitas, hostilidades desnecessárias, mas com um posicionamento firme, correto e coerente com os ideais de liberdade e patriotismo – dos quais o atual governo se diz ferrenho defensor.
Pois o que fez Bolsonaro chegar na China? Disse que estava em um país capitalista. Tenho certeza que o próprio presidente não acredita nessa frase. Uma nação com um sistema político ditatorial de partido único não pode ser capitalista de forma alguma. O capitalismo pressupõe um regime político democrático, liberal e com regras legais bem definidas, onde o Estado tenha limites para atuar. A China não conhece nenhumas dessas condições há bastante tempo e expressões como ‘’capitalismo de Estado’’ – usada por fanfarrões como Noam Chomsky para definir a ditadura comunista venezuelana, por exemplo – são vazias e sem sentindo algum.
Mas o pior ficou por conta de Paulo Guedes. O tão elogiado – e merecedor de elogios – ministro da Economia falou em criar uma zona de livre-comércio com a China. Ainda esnobou a possibilidade de isso ser prejudicial aos cofres brasileiros. Aqui tenho duas considerações a fazer sobre a fala do ministro. Primeiro que uma zona de livre-comércio com quem quer que seja mina a capacidade do país de tomar decisões por contra própria; e sim, grande parte dos tratados comerciais são idealizados pelos globalistas, ao utilizar o livre-comércio como desculpa. Segundo que a ideia de perder o superávit comercial com os chineses é esdrúxula e acaba com qualquer argumento dos supostos benefícios dessa maior aproximação com a China.
Repito para que fique claro: não creio que o caminho para lidar com a China seja a hostilidade gratuita. O Brasil pode ter relações diplomáticas com os chineses de forma a beneficiar nosso país. Porém, negar a realidade frente a um suposto pragmatismo – que nada tem de oposição à ideologia – é brincar com as consequências de uma suposta reaproximação com o regime comunista chinês. Sim, a China é uma ditadura comunista, tem planos de dominação global em comum com os russos e apoia ditaduras latino-americanas que agrediram nossa soberania nacional.
Não é uma questão de puro pragmatismo a favor do livre-comércio. Boas relações têm limites. Parafraseando James Carville, é a geopolítica, estúpido!
Referências:
1.https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42033007
2.https://www.youtube.com/watch?v=vV4Xi-CizJA
As opiniões expressas neste artigo são de opinião do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
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