Um estudo internacional concluiu que não existe o que é conhecido por “gene gay”. A pesquisa aponta que não existem fatores genéticos suficientes para dizer que a atração por pessoas do mesmo sexo esteja no DNA de um indivíduo. Trocando em miúdos: não se nasce gay.
Encabeçado por 11 cientistas, o estudo foi publicado nesta sexta-feira (30) pela revista Science. Foram ouvidas 477.522 pessoas do Reino Unido e Estados Unidos.
Os autores relatam que estudos anteriores sobre o componente genético do comportamento homossexual ainda não eram suficientes para “detectar sinais genéticos” se uma pessoa nasce homossexual ou não. Já a pesquisa atual tem essa capacidade.
“Pela primeira vez, os novos conjuntos de dados em larga escala fornecem potencial estatístico suficiente para identificar variantes genéticas associadas ao comportamento sexual com pessoas do mesmo sexo (aquelas que já tiveram um casal do mesmo sexo versus aqueles que nunca o tiveram antes), estimar a proporção de variação na característica de acordo com todas as variáveis como um todo, estimar a correlação genética entre comportamento sexual com pessoas do mesmo sexo e outras características e analisar a biologia e a complexidade da característica”, diz o documento.
Com isso, os pesquisadores viram que a orientação sexual de uma pessoa não depende tão somente do DNA, mas sim de vários fatores externos, aspectos socioculturais, localização geográfica e a educação recebida. Fatores genéticos ajudam a explicar apenas um terço das diferenças ligadas ao comportamento sexual.
A análise encontrou cinco posições nos cromossomos humanos, chamadas locus, que podem estar de fato relacionadas à orientação sexual, mas cada uma tem uma influência muito pequena na definição final deste comportamento.
Tema «delicado»
De acordo com noticiários internacionais, os autores do estudo disseram que estavam conscientes da “delicadeza” do assunto. Dois pesquisadores informaram a repórteres na terça-feira (27) que eles mesmos eram gays. Com medo de serem mal interpretados, eles chegaram ao ponto de consultar associações LGBT sobre como iriam comunicar os resultados da pesquisa.
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