O ex-presidente da Bolívia Evo Morales afirmou que, se voltar ao país, será preciso «organizar, como na Venezuela, milícias armadas do povo». Na Venezuela, a milícia bolivariana é composta por civis e ex-oficiais militares e funciona como uma espécie de tropa de choque do presidente Nicolás Maduro.
Morales está asilado na Argentina há um mês. Ele deixou a Bolívia no dia 10 de novembro do ano passado, após renunciar ao cargo de presidente. Depois das eleições do dia 20 de outubro, nas quais Morales foi anunciado vencedor em primeiro turno, a Bolívia foi palco de três semanas seguidas de manifestações. Com fortes indícios de fraude eleitoral, depois confirmados em uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), Morales viu-se pressionado pelas Forças Armadas a renunciar. Ele pediu, então, pediu asilo no México, onde ficou um mês, e depois seguiu para a Argentina.
Nesta segunda-feira (13), a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, reagiu às declarações de Morales. «A paz, a reconciliação e a democracia nunca foram opções para ele [Morales]. Diante da intenção de semear o terror e a violência, apenas encontrarão o povo boliviano unido e, frente às ameaças, nossa mais profunda vocação democrática», escreveu Jeanine em mensagem no twitter.
Evo Morales afirmou ainda que seu erro foi não ter um plano alternativo para os conflitos que tomaram conta do país após as eleições. «Estávamos muito confiantes. O grande erro foi que não tínhamos um plano B.»
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