Por Eduardo Tzompa, Epoch Times
«Se eu puder me aproximar da Bolívia através da Argentina, melhor ainda», disse Evo Morales na sexta-feira (15) durante uma entrevista para o programa argentino «El Debate«.
O ex-presidente boliviano agradeceu ao presidente eleito Alberto Fernández pelo oferecimento de asilo político e disse que está analisando a proposta, embora por enquanto prefira continuar no México.
“Quero agradecer a proposta do irmão Fernández e sua maneira de nos ajudar. Gostaria de estar no meu país e não perco a esperança de voltar a qualquer momento. Se eu puder me aproximar da Bolívia através da Argentina, melhor ainda. Estamos analisando, mas preferimos esperar um pouco antes de responder”, explicou.
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Durante a conversa por telefone, Morales afirmou que não teve contato com o atual governo argentino, mas com o presidente eleito Alberto Fernández, que expressou seu apoio e criticou Macri por não condenar seu exílio.
Na quinta-feira, 14 de novembro, durante uma visita ao Uruguai, o presidente eleito Alberto Fernández disse que ficaria satisfeito em recebê-lo: “A Argentina é o lar de todos os bolivianos e no dia em que eu chegar à presidência, será uma honra receber Evo e [ ex-presidente boliviano] García Linera. Se eu fosse o presidente, teria oferecido asilo a ele logo no primeiro dia. A Argentina é sua casa, ficarei feliz em recebê-lo.”
Emilio Pérsico, um dos líderes do movimento Evita na Argentina, revelou que Fernández iniciou planos para que Evo Morales – que está no México – possa se mudar para a Argentina a partir de 11 de dezembro, um dia após sua posse como presidente, segundoinformou o site Infobae citando uma entrevista de Pérsico à Rádio Cooperativa AM 770.
Até agora, seis ex-funcionários de Morales se refugiaram na Argentina para se abrigar como protegidos, embora não tenham solicitado asilo político, relatou Todo Noticias.
Patricia Bullrich, ministra da Segurança da Argentina, confirmou sua chegada a Buenos Aires. «Eles atravessaram a Argentina, provavelmente por causa da situação de violência em seus territórios», disse a ministra a repórteres no final de sua reunião de gabinete em 14 de novembro.
Bullrich explicou que não daria mais detalhes das identidades bolivianas para proteger suas vidas.
Repercusões no México
Evo Morales está atualmente no México protegido por asilo político concedido pelo presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, que desencadeou uma controvérsia na nação azteca entre diferentes forças políticas.
O Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), certos setores da oposição e grande parte da esquerda concordam com a decisão do presidente AMLO de conceder asilo a Morales, mas o Partido de Ação Nacional (PAN) considera que foi um erro, por considerar o boliviano «um ditador».
“O que é inaceitável é que o México queira dar asilo político a um ditador, aqui no México os ditadores não são bem-vindos, não achamos adequado, correto, que o México abra suas portas para aqueles que fizeram sofrer um povo inteiro e que buscaram ficar no poder a qualquer custo”, disse Marko Cortés Mendoza, líder do PAN.
Morales renunciou à presidência da Bolívia no domingo passado (10), pressionado por acusações de fraude eleitoral e condenado pelos militares. Na terça-feira, ele chegou ao México sob condição de asilo.
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