Foi um fracasso o lançamento, em São Paulo, do livro Nada Mais que Tudo, do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, na noite desta segunda-feira (7). Havia mais jornalistas do que pessoas interessadas em adquirir a obra. No final, o balanço: pouco mais de 40 exemplares vendidos e autografados.
Não apareceu no lançamento qualquer autoridade do Judiciário ou do Ministério Público Federal, que ele comandou entre 2013 e 2017, após ter sido o mais votado na lista tríplice organizada pela ANPR, a associação dos procuradores da sua categoria.
Na mesma livraria, mas no andar de cima, o lançamento de um livro de direito empresarial atraiu mais interessados. Antes das 20h todos os exemplares de “Direito empresarial – Estudos Jurídicos em Homenagem a Maria Salgado”, organizado por Graziela Amaral e Luciana Santos, já tinham sido vendidos.
Silêncio conveniente
Janot se manteve em silêncio diante dos jornalistas, recusando-se a responder perguntas sobre contradições já citadas, como o fato de ele não estar em Brasília no dia 11 de maio de 2017, data que menciona no livro como a que entrou armado no Supremo Tribunal Federal (STF) para assassinar o ministro Gilmar Mendes.
O lançamento do livro ocorreu na Livraria da Vila, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista, mas nesta terça (8) será em Brasília na Livraria Leitura do Pier 21, shopping de lazer muito frequentado sobretudo por adolescentes à procura de opções de cinema, barzinhos, boates, clube de boliche e também restaurantes.
Aposentadoria e advocacia em risco
Em 27 de setembro, Janot foi alvo de busca e apreensão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também ficou determinado que ele mantenha pelo menos 200 metros de distância dos ministros do Supremo.
O ex-procurador corre o risco de perder o direito de advogar: o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que foi presidente da OAB-DF e membro do conselho federal da Ordem, ingressou com representação para que sua carteira de advogado seja apreendida e, ao final do processo, cassada.
Ele também pode perder a aposentadoria. O subprocurador da República Moacir de Morais entrou com pedido para que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) investigue sua conduta em razão da declaração sobre Gilmar.
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