O Google confirmou à Agência Efe, nesta segunda-feira (7), que suspendeu o polêmico programa para melhorar sua técnica de reconhecimento facial, no qual pagava US$ 5 para pessoas em troca de que cedessem sua imagem.
A polêmica teve início na semana passada em Atlanta, no estado da Geórgia (EUA), quando foi revelado que a Randstad, agência terceirizada que trabalhava para o Google obtendo imagens tridimensionais dos rostos de diferentes pessoas, estava se dirigindo expressamente a sem-teto e estudantes.
Eles recebiam um cartão presente no valor de US$ 5 e, em troca, obtinham os rostos de pessoas, geralmente negros, que eram o alvo do programa, já que os sistemas de reconhecimento facial foram acusados em diversas ocasiões de serem pouco diversificados.
De acordo com a imprensa local, os funcionários da Randstad receberam ordens para «não serem claros» na comunicação com as pessoas de quem tiravam as fotos em três dimensões, em relação aos propósitos que teriam.
Por conta dessas revelações, a promotora municipal de Atlanta, Nina Hickson, reclamou com o Google através de uma carta na qual afirmava sobre a «possibilidade de que membros das nossas regiões mais vulneráveis estavam sendo explorados para o progresso dos interesses comerciais da companhia ser muito alarmante por várias razões».
O Google estaria tentando aumentar a diversidade de rostos às vésperas do lançamento de seu novo modelo de smartphone, o Pixel 4, que será apresentado ainda este mês e no qual o reconhecimento facial terá um papel destacado.
Alguns críticos argumentam que as técnicas de reconhecimento facial podem perpetuar preconceitos policiais contra minorias étnicas, pois já ficou provado que tendem a errar mais com pessoas de tom de pele escuro.
Um estudo realizado no ano passado pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) mostrou que o reconhecimento facial identificou de forma incorreta 28 congressistas dos EUA (principalmente pertencentes a minorias étnicas) como criminosos ao comparar suas fotografias com imagens policiais.
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