Polarização é a absoluta separação entre os opostos.
A absoluta separação exige absoluta radicalização. Por exemplo, uma pitada de maldade numa boa ação torna a ação má. Ela só será uma boa ação se a maldade não estiver lá.
Dizer que devemos separar o joio do trigo é uma forma coloquial de se defender a polarização.
Para separar de maneira absoluta é preciso ir fundo. É necessário identificar o que se está separando da ponta mais aparente à raiz mais encoberta.
Radicalizar significa isso, ir à raiz, identificar, experimentar, investigar, pesquisar, comparar, conceituar e classificar.
Extremismo também não é um mal em si. Ser extremamente justo, bom, inteligente, virtuoso é algo para se orgulhar.
Há, no entanto, polarizações ou extremismos que carecem da devida radicalização. Por exemplo, quando colocamos a verdade de um lado e a nossa consciência de outro, deixando de lado os fatos, a verdade ou a justiça do outro lado.
Podemos fazer isso, vejo muita gente fazendo isso, mas o resultado é que quem o fizer estará se associando a narrativas, à mentira e à injustiça.
Pegue o governo Bolsonaro, por exemplo; há os que acham que tudo que ele faz é certo – são os chamados Bolsominions, que tem um fanatismo extremo.
Acreditam no mito de que seu líder é onisciente, incorruptível, capaz de decisões que mesmo sendo evidentemente equivocadas são consideradas geniais.
É uma neurose, um tipo de visão pragmática que se baseia na ignorância e no medo, encontrada em todo tipo de pensamento religioso ou nas histerias emocionais.
Neuróticos dessa categoria produzem racionalizações, sofismas e falácias sem parar. É trágico antes de ser cômico.
Por outro lado há os negadores, os céticos, que rejeitam que alguém com tantos defeitos como o Bolsonaro possa tomar decisões positivas.
Esses dão a algumas de suas palavras peso maior do que à melhor das suas ações. Deixam-se tomar por um extremismo emocional e pervertido.
Bolsonaro é o chefe de um governo de coalizão no qual há partes que entendemos serem positivas e outras que não.
Não podemos dizer que a parte que nos satisfaz vai bem apesar do Bolsonaro. Por quê? Porque Bolsonaro é responsável por reunir no seu governo aqueles que estão mudando a matriz econômica brasileira. Ou seja, o que há de bom no governo Bolsonaro ocorre por causa dele.
Há tropeços, há erros, há desilusões, mas não podemos negar o que está sendo feito de bom.
Vejo críticas amplas, gerais e irrestritas baseadas e motivadas por uma polarização extremada que carece de uma boa análise.
Há joio e há trigo no governo Bolsonaro.
Quando dizemos que só há trigo ou que só há joio, somos nós que nos colocamos no polo oposto ao dos fatos, da verdade e da justiça.
Devemos polarizar, devemos ser extremistas, não podemos nos isentar. Há dois lados em tudo num mundo em que é preciso separar o que faz bem para a nossa existência do que faz mal.
Existência que depende da separação entre o que é verdadeiro e o que é falso, entre o que é certo e errado, entre o que é justo e o que não é.
O governo Bolsonaro tem prós e contras, isso é fato.
Fazendo um balanço geral do primeiro ano do seu governo, o saldo é muito melhor do que os governos anteriores e muito além do que se poderia esperar de alguém que coloca Deus acima de todos e a pátria acima de tudo.
As opiniões expressas neste artigo são de opinião do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
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