Grupos de hackers chineses têm alvejado institutos de pesquisa do câncer nos Estados Unidos, devido ao fato do regime estar tentando resolver o problema do aumento das mortes por câncer no país, segundo um relatório divulgado em 21 de agosto.
Nos últimos anos, hackers chineses ligados ao regime chinês atacaram organizações envolvidas em pesquisas sobre o câncer em várias ocasiões, de acordo com o relatório da firma de segurança cibernética FireEye, da Califórnia.
Os ataques cibernéticos, segundo o relatório, provavelmente decorrem do desejo do regime de encontrar uma cura para a doença – o assassino número 1 do país – e, por sua vez, evitar os custos sociais associados.
«É provável que a área de interesse exclusiva seja a pesquisa relacionada ao câncer, refletindo a crescente preocupação da China com o aumento das taxas de câncer e mortalidade, e os custos nacionais de saúde associados», afirmou o relatório.
O relatório destacou um centro de saúde dos Estados Unidos «com um forte foco em pesquisa do câncer», que tem sido alvo ao longo dos anos de três diferentes grupos de hackers chineses considerados suspeitos. Em abril, os suspeitos hackers chineses usaram um malware para atacar o centro de saúde.
Ele foi hackeado anteriormente por outros grupos de ameaças persistentes avançadas (APT) da China – que visam obter acesso não autorizado a uma rede de computadores e manter acesso contínuo a longo prazo – incluindo o APT22, um grupo ativo conhecido por biomédicos, farmacêuticos, e organizações de saúde.
Mas não são apenas os institutos de pesquisa de câncer que foram vítimas de espionagem cibernética, APTs chineses, muitos dos quais são patrocinados pelo Estado, atacaram outras organizações de saúde, incluindo fabricantes de dispositivos e empresas farmacêuticas, segundo o relatório.
«A República Popular da China tem um dos mercados farmacêuticos de mais rápido crescimento do mundo, criando oportunidades lucrativas para empresas domésticas, especialmente aquelas que fornecem tratamentos ou serviços de oncologia», disse. «A pesquisa médica direcionada e os dados dos estudos podem permitir que as empresas chinesas tragam novas drogas para o mercado mais rapidamente que os concorrentes ocidentais».
O regime, segundo o relatório, classificou a biofarmacêutica como uma indústria de desenvolvimento agressivo sob o plano industrial «Made in China 2025». O plano, que visa transformar o país em uma potência industrial de alta tecnologia até 2025, tem sido criticado por autoridades e especialistas ocidentais por sancionar o roubo de propriedade intelectual (PI) no exterior.
“O plano estratégico chinês Made in China 2025 inclui um esforço para o aumento do desenvolvimento doméstico de tecnologias e dispositivos médicos, que pode se tornar uma ameaça contra os detentores de IP e produtores dessas tecnologias”, afirmou.
Um recente relatório do instituto de pesquisa Washington Technology Information & Innovation Foundation também alertou que o regime chinês está usando práticas injustas, incluindo o roubo de IP sancionado pelo Estado, para desafiar o domínio dos Estados Unidos no campo da biofarma.
Além do roubo de segredos comerciais, grupos de hackers também roubaram grandes quantidades de dados pessoais, incluindo informações de saúde, afirmou FireEye. Em um caso, um ator cibernético chinês lançou ataques a várias organizações de saúde que mantinham dados confidenciais de funcionários do governo dos Estados Unidos.
A FireEye disse que os dados pessoais provavelmente foram roubados para «identificar, rastrear e até mesmo explorar pessoas alvejadas».
“Só os dados do governo poderiam ser usados para identificar agentes disfarçados que operam na China; recrutar informantes e agentes duplos nos Estados Unidos; ou para identificar e assediar ou ameaçar os membros da família dos americanos com autorizações de segurança”, disse o relatório.
Em maio, um júri federal acusou um cidadão chinês de participar de uma campanha de hackers que visava grandes empresas dos Estados Unidos em 2015, incluindo a seguradora Anthem Inc., na qual dados pessoais de 78 milhões de pessoas foram roubados – uma das piores violações de dados da história, segundo os promotores dos Estados Unidos.
Nos últimos anos, Washington aumentou os esforços para se proteger contra o roubo de IP no setor de ciências da saúde, inclusive por pesquisadores de instituições americanas que transferem tecnologia para a China. Em abril, um importante centro de pesquisa sobre o câncer no Texas demitiu três cientistas asiáticos devido a preocupações de que eles tentassem roubar a pesquisa médica em benefício da China.
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