O astro de futebol da Premier League, Mesut Özil, condenou a China por suprimir a etnia uigur no noroeste do país e contra a Irmandade Muçulmana por não abordar a questão, para grande consternação de Pequim.
A estrela turco-alemã de 31 anos do clube Arsenal da Premier League e ex-jogador da seleção alemã postou seus comentários sobre a prisão em massa de uigures muçulmanos pelo regime chinês no Instagram e Twitter na sexta-feira (13). Só no Twitter, Özil tem 24,4 milhões de seguidores e 21,1 milhões no Instagram, muitos dos quais são chineses.
Sua mensagem no Instagram diz: “Turquestão Oriental, a ferida sangrenta da Ummah, resistindo aos perseguidores que tentam separá-los de sua religião. Eles queimam seus Alcorões. Eles fecharam suas mesquitas. Eles proíbem suas escolas. Eles matam seus homens santos. Homens são forçados a acampar e suas famílias são forçadas a viver com homens chineses. As mulheres são forçadas a se casar com homens chineses”, segundo uma tradução do The Guardian.
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#HayırlıCumalarDoğuTürkistan ?? pic.twitter.com/dJgeK4KSIk
— Mesut Özil (@MesutOzil1088) December 13, 2019
«Mas os muçulmanos estão calados», continuou Özil. “Eles não vão fazer barulho. Eles os abandonaram. Você não sabe que consentir com a perseguição é a própria perseguição?”
O Arsenal é um dos clubes mais populares na China, com uma base de fãs de 5 milhões de seguidores chineses na rede social Sina Weibo, e planeja criar um escritório comercial e uma franquia de restaurantes com temas do Arsenal.
Com a Premier League no meio de um contrato de transmissão de três anos com o serviço de streaming online da China PPTV no valor de US$ 700 milhões, o Arsenal rapidamente tentou contornar o prejuízo.
«O conteúdo publicado é inteiramente da opinião pessoal do Özil», afirmou o Arsenal em comunicado no sábado, na Sina Weibo, uma plataforma de mídia social como o Twitter. «Como clube de futebol, o Arsenal sempre adere ao princípio de manter-se fora da política».
O Arsenal e a Premier League podem perder milhões por enfurecer as autoridades de Pequim, com Özil se referindo à pátria uigure como Turquestão Oriental, que por si só é classificada pelo regime comunista como um termo separatista.
Os comentários de Özil foram recebidos com críticas venenosas pelos internautas chineses e autoridades comunistas. Hu Xijin, editor do Global Times, tabloide nacionalista chinês, escreveu em um comentário: «É seguro dizer que esse incidente prejudicará a imagem de Özil e do clube do Arsenal aos olhos dos torcedores chineses». Mas ele aconselhou os fãs a não despertar mais atenção internacional.
«Eu afirmo que os chineses devem manter uma atitude depreciativa em relação a esses tipos de pessoas e seus esportes», continuou Hu.
Não é a primeira vez que Özil, muçulmano devoto, fala abertamente no cenário internacional. Em junho de 2018, ele apareceu em uma foto com o presidente turco Tayyip Erdogan. Erdogan também foi padrinho no casamento de Özil em Istambul em junho deste ano.
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