Hong Kong, 26 dez – Dezenas de policiais realizaram um número indeterminado de detenções durante um protesto pró-democrático nesta quinta-feira no centro comercial Mega, palco das últimas manifestações de Hong Kong durante o Natal.
De acordo com a emissora pública local «RTHK», os manifestantes se reuniram no centro comercial e entoaram frases como «Liberdade para Hong Kong, a revolução dos nossos dias» e «Dissolvam a polícia imediatamente».
Além disso, incentivaram os consumidores a aderirem à manifestação prevista para o Ano Novo, convocada pela Frente Civil pelos Direitos Humanos, a organização por trás das manifestações mais volumosas registradas nos últimos meses, embora o protesto ainda não tenha sido aprovado pelas autoridades.
A manifestação – inicialmente pacífica – não durou muito, pois um grande número de agentes policiais, inclusive da divisão especial e em trajes civis, foi rapidamente mobilizado em torno do prédio.
Várias lojas e restaurantes fecharam as portas para evitar consequências, enquanto muitos manifestantes mascarados foram detidos no local.
A celebração do ‘Boxing Day’ (dia posterior ao de Natal, quando ocorrem várias liquidações) em Hong Kong foi o terceiro dia seguido de protestos. De acordo com o jornal «South China Morning Post», os manifestantes se reuniram para expressar descontentamento com as empresas pró-Pequim.
Esses incidentes ocorreram apenas um dia após os confrontos entre manifestantes e o batalhão de choque em vários centros comerciais durante o Natal. Várias pessoas foram detidas ontem, após a polícia ter disparado gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra manifestantes, tanto dentro como ao redor de shoppings.
Segundo a «RTHK», muitos cidadãos criticaram o esquema policial «desnecessário e contraproducente» em áreas como Tsim Sha Tsui, onde os agentes pararam e revistaram diversos jovens.
A chefe do governo local, Carrie Lam, emitiu uma declaração na noite passada classificando os manifestantes como «insensatos e egoístas» por terem «arruinado» as celebrações de Natal, o que, segundo ela, causou o «esfriamento do ambiente festivo» e afetou negativamente as empresas locais.
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