A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse hoje (23) que as queimadas ocorrem durante todo o ano no Brasil e destacou que não se pode dizer que o agronegócio brasileiro é o “grande destruidor” da Amazônia em razão dos incêndios que ocorrem neste momento na região.
“As queimadas no Brasil, elas todo ano acontecem. Tem duas coisas diferentes: uma coisa é queimada, outra coisa é incêndio. Tem que se fazer uma diferença entre esses dois acontecimentos. Estamos vivendo uma seca grande. Todo ano a Região Norte do país tem uma definição clara dessa estiagem, às vezes a gente fica seis meses sem chuva. Este ano, está mais seco e as queimadas estão maiores”, afirmou a ministra, após participar da assinatura de um convênio com o Banco do Nordeste para financiar projetos de inovação.
Após ser perguntada se a repercussão internacional das queimadas na Floresta Amazônica preocupa o agronegócio, Tereza Cristina afirmou que é preciso punir quem estiver fazendo queimadas de forma ilegal. Segundo ela, o presidente Jair Bolsonaro deve anunciar hoje ações que serão efetivas no combate às queimadas.
“Não podemos dizer que, porque neste momento temos um incêndio acontecendo ou uma queimada acontecendo na Amazônia que o agronegócio brasileiro é o grande destruidor e, portanto, vão fazer barreiras comerciais contra esse agronegócio. Acho que está cedo. A gente tem que avaliar. Existe hoje uma preocupação do mundo com o meio ambiente. O Brasil não está fora dessa preocupação. E os produtores rurais também têm essa preocupação porque eles são os maiores prejudicados, principalmente aqueles que usam tecnologia”, disse a ministra.
“Está na hora de a gente fazer o papel de bombeiro aqui. E não colocar notícias mais alarmantes do que querem imputar ao nosso país e aos produtores brasileiros”, completou Tereza Cristina.
Convênio
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento firmou convênio com o Banco do Nordeste para financiar políticas públicas e privadas de inovação para desenvolvimento sustentável da agropecuária no bioma da Caatinga. A parceria permitirá a estruturação do Sistema de Inteligência, Gestão e Monitoramento Territorial Estratégico, que reunirá dados científicos da região.
A plataforma digital será desenvolvida pela Embrapa Territorial para organizar informações georreferenciadas e analíticas dos quadros natural, agrário, de infraestrutura e socioeconômico. Para cada uma das microrregiões prioritárias, serão indicadas soluções tecnológicas e não tecnológicas disponíveis para os principais desafios de inovação, em colaboração e compartilhamento com as unidades da Embrapa da região.
O Bando do Nordeste aplicará R$ 1,5 milhão para financiamento dos estudos por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci).
Segundo a pasta, uma das principais políticas que serão subsidiadas pelo sistema é o Plano de Ação para o Nordeste (AgroNordeste), que será lançado em breve pelo governo federal. O plano visa a apoiar a organização das cadeias agropecuárias, ampliar e diversificar os canais de comercialização, além de aumentar a eficiência produtiva na região.
“É um programa robusto de assistência técnica para os pequenos produtores integrando várias cadeias produtivas do Nordeste para fazer com que esses produtores também tenham oportunidade de produzir e produzir cada vez melhor, ter renda, ter dignidade”, disse a ministra.
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