Moscou condena assassinato do general iraniano em meio a crescentes tensões entre Rússia e EUA

Por JACK PHILLIPS
03 de enero de 2020 8:00 PM Actualizado: 03 de enero de 2020 8:03 PM

A Rússia rejeitou o ataque dos Estados Unidos que matou o comandante militar iraniano, ao mesmo tempo em que ofereceu condolências ao Irã, em um grau que certamente aumentaria as tensões entre Washington e Moscou.

O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente russo Vladimir Putin falaram por telefone na sexta-feira sobre a situação no Iraque após o ataque em Bagdá que matou Soleimani, que liderava a poderosa Força Quds e a Guarda Revolucionária Islâmica, uma organização como terrorista estrangeiro.

Em uma declaração por telefone, os «dois presidentes revisaram a situação no Iraque» e ambos concordaram em manter contato próximo «pelos próximos dias para evitar outro aumento perigoso das tensões e pedir a todas as partes que se contenham». . Segundo o Kremlin, a ligação foi iniciada por Macron.

«Essa ação pode agravar seriamente a situação na região», disse Putin a Macron, informou a agência de notícias AFP.

Por seu lado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse à RIA que o assassinato de Soleimani poderia aumentar as tensões na região.

“Acreditamos que o assassinato de Soleimani como resultado de um ataque com mísseis dos Estados Unidos nas proximidades de Bagdá é um passo ousado que levará a um aumento da tensão em toda a região. Soleimani se dedicou a proteger os interesses nacionais do Irã”, disse o Ministério das Relações Exteriores em entrevista à RIA, uma mídia estatal.

“Tais ações não permitem (…) encontrar soluções para problemas complexos no Oriente Médio. Pelo contrário, eles levarão a uma nova rodada de crescentes tensões na região”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado em seu site, segundo VOA. O ministério também observou que Soleimani «serviu fielmente e defendeu os interesses nacionais do Irã» e ofereceu suas condolências ao povo iraniano após sua morte.

A reação destaca a estreita relação entre o Irã e a Rússia, depois que os dois países estabeleceram cada vez mais laços em sua aliança militar de quatro anos na Síria, onde Moscou e Teerã vieram em auxílio do líder sírio Bashar al-Assad.

A Reuters informou que Soleimani se reuniu com Putin e o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu em Moscou em 2016, mas autoridades russas e iranianas negaram que a reunião tenha ocorrido. Soleimani estava na lista de pessoas que foram proibidas de fazer viagens internacionais.

Em maio do ano passado, Kathryn Wheelbarger, vice-secretária interina de defesa para questões de segurança internacional, alertou que o Irã e a Rússia estavam tentando ganhar mais influência no Oriente Médio, o que afetaria negativamente os interesses dos Estados Unidos na região.

«Mesmo compreendendo a desconfiança histórica entre Moscou e Teerã, os Estados Unidos e a região devem estar atentos à cooperação das potências revisionistas», afirmou Wheelbarger, de acordo com a Política Externa. «Estamos observando esse relacionamento de perto.»

Como observado na VOA, a Rússia também discordou do abandono por parte do governo Trump do acordo nuclear com o Irã de 2015. Enquanto isso, Moscou negociou com a Alemanha e a França para evitar sanções dos Estados Unidos.

«As últimas esperanças de resolver o problema do programa nuclear iraniano foram destruídas», disse Konstantin Kosachev, chefe do Comitê de Relações Exteriores da câmara alta da Rússia, em um comunicado. «O Irã agora pode impulsionar seu programa nuclear, mesmo que não planejasse fazê-lo», acrescentou Kosachev.

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