O dia em que democraticamente um professor pregou o assassinato de evangélicos

Por Instituto Liberal - Pedro Henrique Alves
14 de noviembre de 2019 8:31 PM Actualizado: 14 de noviembre de 2019 8:31 PM

Estou nessa de debate político já há alguns anos, e uma máxima que aprendi rapidamente nesses anos é que: por trás de cada “democracia” vomitada por comunistas, existe uma “ditadura” prontinha para sair do forno. É impressionante como, em dado momento do debate político, quando suas ideias esquerdistas saem de foco e suas pautas param de ser interessantes ao público, a ditadura logo surge no horizonte como uma ideia “plausível” ou, no mínimo, “não-recusável”. Ainda que o comunismo do século XXI tenha perdido um pouco de sua identidade marxista original — principalmente nos anseios econômicos —, o cepo original da agressividade política se mantém o mesmo; afinal, para pregar a ditadura não precisa fazê-lo de maneira evidente, basta se calar frente às tiranias já existentes a fim de resguardar a pureza ideológica de seu cardume. Seja o comunismo identitário, ou revolucionário, a ditadura sempre é uma via possível, ou no mínimo, desejável.

Pedro Aguiar, professor de JORNALISMO da Universidade Federal Fluminense (olha que surpresa), homem encarregado em formar novos jornalistas — isso explica muito do atual jornalismo, aliás —, pregou a revolução armada e a morte de evangélicos. Poucas coisas me deixam tão nervoso quanto um professor, cuja influência e dignidade do posto o eleva acima de qualquer rei, usa de seu status para pregar a desgraça assassina e o caos ideológico. Alguém que deveria ser o guardião sensato da liberdade e do conhecimento, se torna o profeta da carnificina revolucionária. A postura desse professor é criminosa e deveria ser punida imediatamente.

Acovardado por sua própria tirania e ânsia despótica, ele logo excluiu sua conta no Twitter. Talvez por medo de uma ação conjunta no Ministério Público e, consequentemente, acabar perdendo sua “boquinha” na UFF; talvez por “encheção” de saco dos “fascistas” revoltados com a sua declaração fascista, não sei exatamente. Mas duvido muito que seja por arrependimento; pessoas como Pedro Aguiar, Mauro IasiBenedita da Silva, não defendem o asco por acidente ou ingenuidade, são conscientes das consequências de suas visões e palavras.

Não lhe corrói saber que é sob tal visão que os nossos jornalistas estão sendo formados? Não lhe entristece perceber que é sob tal tutela demoníaca que as convicções“jornalísticas” desses alunos — agora manetas de moralidade e princípios — estão sendo construídas? Ou vocês sinceramente acham que esse é um caso exclusivo da UFF?

O comunismo tem o totalitarismo em seu DNA! Não há, simplesmente não há como ser verdadeiramente um comunista sem defender aspirações totalitárias da ideologia. Se assim tentar atuar no movimento, serás abandonado pela turba, ou se tornará insignificante na alcateia. Comunismo sem ditadura é apenas uma utopia daqueles que momentaneamente não precisam dela.

“Se podemos ter certeza de uma coisa a respeito de todas essas utopias é da realidade do sacrifício, da agonia e da morte. Não obstante, o ideal pelo qual se morre segue sem ser realizado. Os ovos são quebrados, e o habito de os quebrar se fortalece, mas o omelete continua invisível” (BERLIN, 2018, p. 47)

Não respeito as ideias desse professor e nem sequer finjo qualquer cortesia cavalheiresca às suas crenças políticas; da mesma forma que não devo respeito algum ao nazismo, não devo nenhuma consideração à ideologia vermelha que matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX. Um homem que prega a morte de outros homens, por convicções políticas, é um ser que merece desprezo. “É um erro esperar de uma catástrofe triunfal a salvação, é um erro perder a esperança na vitória das lutas pacíficas” (ARON, 2016, p. 110)

O que aconteceu na Bolívia, até o momento, foi a cobrança popular frente a uma fraude eleitoral, um dos crimes mais hediondos numa democracia. A falsificação da essência democrática que diz ser os cidadãos os mandantes do destino de um país, não se trata de um tropeço político relativizável ou que mereça perdão social.A renúncia ou o impeachment, nesse caso, é a consequência natural em uma sociedade consciente; se trata dos anticorpos sociais expurgando o vírus corrupto.Até o momento — repito —, o crime social cometido, de maneira primeva, foi a falsificação eleitoral para a perpetuação de um presidente, no mínimo, com aspirações nada democráticas.

Todavia, não devemos facilitar essa crise boliviana caindo nas armadilhas dos julgamentos comuns que pululam nas redes sociais. Afinal, não podemos exatamente denominar de “algo democrático” a pressão e os princípios de motim das Forças Armadas da Bolívia para a renúncia de Evo Morales; no entanto, fraudar as eleições é o pecado capital numa sociedade democrática,não sabemos exatamente onde começa e onde termina a inocência e a culpa de cada um dos lados. Apenas não sei dizer se o golpe foi dos militares, da tentativa de fraude das eleições, ou de ambos. Agora cabe manter a prudência e a vigia sobre a Bolívia, e não aviltar rebeliões e com clamar chacinas de inimigos. Como dizia Raymond Aron: “toda libertação, entretanto, traz em si o perigo de uma nova forma de sujeição” (ARON, 2016, p. 32). Prudência…

Ou seja, tudo que o caríssimo Pedro Aguiar não teve. São atitudes como a dele que devem ser urgentemente desinfetadas do meio jornalístico brasileiro; totalitarismos, não importa sob qual ideologia, não deve ser sequer opção para alguém que carrega o pesado fardo da manutenção da liberdade. Enquanto jornalistas, ou pior, professores de jornalismo, pregarem a ditadura de suas ideias, viveremos nesse eterno manicômio político no qual os extremos debatem-se sobre o lamaçal do absurdo. Não é tolerável sequer um palpitador que pregue o assassinato como meio viável às suas ideias, quanto menos um jornalista.

O século XX uiva por cada amontoado de corpos construído por mentalidades como a de Pedro Aguiar. E aqui fica a exortação para grande parte da direita também, que diuturnamente flerta com suas ditaduras de estimação.Espero muito que a Universidade Federal Fluminense descarte esse moleque o quanto antes; pelo bem da universidade, pelo bem dos seus futuros jornalistas. O Brasil não merece mais esses carrascos ideológicos que fedem a cadáveres.

Referência:

ARON, Raymond. O ópio dos intelectuais, Três estrelas: São Paulo, 2016.

BERLIN, Isaiah. Uma mensagem para o século XXI, 2ª Ed., Âyiné: Belo Horizonte/Veneza, 2018.

 

As opiniões expressas neste artigo são de opinião do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

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