Washington, 17 out. – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta quinta-feira que o Conselho de Direitos Humanos da ONU se transformou em um «exercício de hipocrisia descarada» após a Venezuela conseguir uma vaga no órgão.
«O Conselho de Direitos Humanos deveria ser protetor e defensor dos direitos humanos das pessoas em todo o mundo. Deveria falar claramente sobre os abusos diários do antigo regime de (Nicolás Maduro) e de outros como ele», disse Pompeo em comunicado.
«Em vez disso, se transformou em um exercício de hipocrisia descarada, com alguns dos maiores criminosos integrando o Conselho», acrescentou.
Pompeo denunciou que esse órgão da ONU inclui «governos autoritários com um histórico inequívoco e horrível de direitos humanos, como China, Cuba e Venezuela». Por esse motivo, de acordo com ele, os EUA saíram do Conselho em 2018.
O secretário de Estado ressaltou que em julho o relatório do Alto Comissário da ONU sobre Direitos Humanos divulgou um relatório que documentava abusos «atrozes» por parte do regime de Maduro na Venezuela.
«Infelizmente não é nenhuma surpresa que Maduro buscasse de forma desavergonhada um assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU em um esforço para bloquear qualquer limite a seu controle repressivo do povo venezuelano», queixou-se o chefe da diplomacia americana.
«O que é trágico de verdade é que outras nações votassem para dar ao representante de Maduro para a Venezuela um assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU», acrescentou.
Pompeo considera a eleição da Venezuela «um forte golpe não só às vítimas do regime venezuelano, mas também contra a causa a favor dos direitos humanos no mundo».
Apesar das críticas ao órgão da ONU, o secretário de Estado disse que os EUA apoiam fortemente as organizações multilaterais que «trabalham de forma sincera e efetiva para proteger os direitos humanos».
«A eleição do representante de Maduro para o Conselho de Direitos Humanos é uma farsa que abala ainda mais a frágil credibilidade do conselho», advertiu.
Pompeo também manifestou o desejo dos EUA de trabalharem com aliados para apoiarem os esforços do líder opositor Juan Guaidó – autoproclamado presidente interino da Venezuela em janeiro e reconhecido como tal por mais de 50 países – «para restaurar a democracia e os direitos humanos».
Apesar de uma forte campanha contra, a Venezuela conseguiu nesta quinta-feira um assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU, uma vitória diplomática para Caracas que, para observadores como a ONG Human Rights Watch (HRW) trai os princípios do órgão com sede em Genebra.
A candidatura venezuelana se impôs na votação realizada na Assembleia Geral das Nações Unidas à da Costa Rica, apresentada de última hora com o objetivo explícito de impedir que o governo de Maduro conseguisse uma das duas cadeiras em disputa para o grupo da América Latina e o Caribe – a outra foi obtida pelo Brasil.
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