O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou neste sábado (26) uma reforma ministerial, depois de uma semana de intensos protestos no país. “Notifiquei todos os meus ministros no sentido de reestruturar um novo gabinete que possa confrontar estas novas exigências”, afirmou Piñera no final desta manhã em pronunciamento no Palácio da Moeda, sede do Executivo chileno.
O presidente disse também que o governo está trabalhando para que tudo retorne à normalidade no menor tempo possível, e se as condições dos últimos dias forem as esperadas, vai retirar o estado de emergência em todo o país neste domingo (27).
“Para avançar de maneira pacífica e segura, é essencial recuperar o caminho da normalidade. É por isso que quero anunciar que, se as circunstâncias permitirem, minha intenção é retirar o estado de emergência a partir das 24 horas deste domingo», disse.
Em face das exigências dos cidadãos, o presidente pediu ao Congresso que aprove o mais rapidamente possível os projetos da agenda social apresentados pelo governo.
“O governo se encarregou da mensagem profunda que ouvimos de todos os chilenos, e é por isso que propusemos ao Congresso uma profunda agenda social que reúne muitas das abordagens mais sentidas de nossos compatriotas”, disse, acrescentando que “essa agenda social exige um esforço enorme do Estado para financiá-lo, e essa agenda está em pleno andamento, por isso exorto fortemente o Congresso a aprovar os projetos”.
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Esta é a primeira vez desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet, que o Exército foi enviado às ruas de Santiago.
Mais 9.500 integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos para controlar pontos estratégicos como centrais de abastecimento e estações de metrô, que são alguns dos alvos mais visados pelos manifestantes.
A noite de sexta-feira (25) no Chile foi de violência, com vários confrontos entre manifestantes e polícia. Os manifestantes, que exigem a renúncia do presidente, arremessaram coquetéis molotov contra as autoridades e a polícia respondeu com gás lacrimogênio.
Os incidentes ocorreram após uma marcha pacífica durante o dia, que juntou mais de um milhão de pessoas nas ruas de Santiago.
Os protestos no Chile foram originados por uma subida no preço dos bilhetes de metrô, há mais de uma semana, e acabaram por escalar para um movimento nacional contra a situação econômica no país. O reajuste foi suspenso, mas os manifestantes continuaram nas ruas.
Por causa de confrontos entre manifestantes e forças de segurança o presidente Piñera, decretou estado de emergência e, a partir de então, as principais cidades chilenas passaram a ter toques de recolher.
Ao menos 19 pessoas morreram desde semana passada devido a incêndios em estabelecimentos, atropelamentos e confrontos com forças de segurança, e sete mil foram detidas. O comércio chileno também tem sido afetado, registrando perdas superiores a US$ 1,4 mil milhão.
Com informações da Agência Brasil.
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