Por Eva Fu, Epoch Times
Um grupo de 25 senadores está pedindo ao governo dos EUA que inicie uma investigação sobre o sistema de crédito social corporativo da China. Eles demonstraram «séria preocupação» com as ameaças que isso pode representar para empresas e trabalhadores americanos.
Em uma carta enviada em 2 de dezembro ao representante comercial Robert Lighthizer, os senadores disseram que o sistema de crédito social da China «levanta questões fundamentais sobre se as promessas de abertura de mercado e reformas regulatórias escritas produzirão condições equitativas na prática para empresas americanas que fazem negócios na e com a China».
O sistema de crédito social corporativo, iniciado em 2014 e que estará totalmente operacional em 2020, usará um sistema algorítmico que coletará e avaliará dados corporativos para qualificar empresas nacionais e internacionais com base no cumprimento de cerca de 300 padrões determinados pelo Estado.
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As empresas com pontuações que caírem abaixo de um determinado limite enfrentarão penalidades. Incluindo restrições sobre licenças comerciais, oportunidades de contratação, taxas tributárias mais altas e até perda de acesso ao mercado.
A primeira rodada de avaliação atribuiu uma pontuação a cerca de 33 milhões de empresas, de acordo com uma declaração feita em setembro pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, uma agência de planejamento macroeconômico dependente do Conselho de Estado, que é semelhante a um gabinete.
Os parlamentares pediram ao governo dos EUA que priorize a pesquisa sobre o impacto desse sistema. Pediu também a apresentação de uma análise em futuros relatórios sobre a China e as relações comerciais bilaterais.
«Nossos valores aqui nos EUA não estão à venda, e é por isso que devemos acompanhar os esforços da China para forçar as empresas americanas a cumprir seu sistema defeituoso», disse o senador Cory Gardner (republicano do Colorado) em comunicado de imprensa de 2 de dezembro.
O senador Michael Bennet (democrata do Colorado) disse em um comunicado: «O sistema de Crédito Social Corporativo da China é um avanço potencialmente alarmante, dada a crescente censura à mídia, Internet e às artes no país nos últimos anos».
Na carta, os senadores enfatizaram a recente controvérsia em torno da Associação Nacional de Basquete, na qual a organização se curvou à pressão de Pequim e pediu desculpas por um tuíte do gerente geral do Houston Rockets, que mostrou seu apoio aos protestos que estavam ocorrendo em Hong Kong.
O incidente foi «o mais recente de uma série de tentativas da China de implantar seu poder estatal e econômico para sujeitar as entidades americanas à sua vontade», escreveram os senadores.
Os senadores também expressaram a preocupação de que, com um sistema de classificação corporativa, o Partido Comunista Chinês possa pressionar mais as empresas americanas e forçá-las a apoiar suas posições políticas.
Em 2018, o regulador de aviação da China enviou cartas a 44 companhias aéreas internacionais, incluindo American Airlines, Delta e United Airlines, exigindo que abandonassem suas referências a Taiwan como país.
O regime chinês considera a ilha autônoma como uma província renegada que se reunificará com a China continental pela força militar, se necessário, embora Taiwan tenha seu próprio governo independente, Estado de direito e exército.
«As empresas americanas precisam decidir como responder às tentativas chinesas de reprimir a liberdade de expressão», disse o senador Chris Coons (democrata do estado de Delaware) em comunicado.
Os senadores também alertaram que, dado o «desdém do regime pelo Estado de Direito, controles, equilíbrios, transparência e liberdade de imprensa», o sistema de crédito social corporativo pode trazer «uma ampla gama de punições injustificadas».
«Como punição para as pessoas que representam empresas consideradas ‘não confiáveis’, o regime comunista chinês planeja impor restrições de viagem, discriminação tributária, sanções pessoais e outras compensações. Nesse sentido, existem poucas punições que não devem ser levadas em consideração”, eles escreveram.
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