Socialistas e conservadores rejeitam formar coalizão de governo na Espanha

Por EFE
07 de octubre de 2019 8:16 PM Actualizado: 07 de octubre de 2019 8:16 PM

Madri, 7 out (EFE)- Os dois grandes partidos da Espanha, o socialista PSOE e o conservador PP, descartaram nesta segunda-feira uma grande coalizão para possibilitar um governo estável após as eleições parlamentares de 10 de novembro e acabar com o bloqueio político que levou ao quarto pleito no país em quatro anos.

A um mês da nova eleição, as legendas começam a se posicionar sobre possíveis pactos, mas o cenário é de estagnação entre o PSOE (que está no poder com o presidente interino do governo, Pedro Sánchez), o PP, o liberal Ciudadanos e a frente de esquerda Unidas Podemos (UP) em um Parlamento de composição muito fragmentada.

«Uma grande coalizão na Espanha é uma possibilidade absurda e nunca vai acontecer», declarou nesta segunda-feira à estatal «Televisão Espanhola» a vice-secretária-geral do PSOE, Adriana Lastra, que só vê a chance de ocorrer «acordos pontuais» entre PSOE e PP, porque são «dois grandes partidos de Estado».

O PP, por sua vez, se apresentou hoje como «única alternativa» ao PSOE para desbloquear a situação política. O secretário-geral, Teodoro García Egea, afirmou que a legenda não facilitará para que Sánchez continue na chefia do governo. Os conservadores só planejariam chegar a um acordo com os socialistas para governar se o PP ganhar as eleições e não tiver maioria no Parlamento.

Até agora, PSOE e PP se alternaram no governo na Espanha após a ditadura de Francisco Franco, algumas vezes com maioria absoluta e em outras com apoios parlamentares de partidos minoritários, como os nacionalistas.

Mas, diante do bloqueio no panorama espanhol, os ex-presidentes do governo Felipe González (PSOE) e Mariano Rajoy (PP) defenderam na última sexta-feira, em um diálogo público, que seus respectivos partidos consigam pactos que permitam pôr um fim à novela política.

Lorena Roldan (Dir), membro do parlamento catalão do grupo sindicalista Ciudadanos e Quim Torra, presidente regional catalão, deixam a câmara durante um intervalo de um debate sobre uma moção de não-confiança contra Torra, apresentada por Ciudadanos, na região catalã. Parlamento em Barcelona em 7 de outubro de 2019 (Foto: LLUIS GENE / AFP via Getty Images)

OUTRAS POSSIBILIDADES

Até agora, o que mais chama atenção entre as especulações sobre a nova composição parlamentar é a mudança de atitude do Ciudadanos, que suspendeu o veto que tinha ao socialista Sánchez desde as últimas eleições, realizadas em 28 de abril.

Sánchez, que governa interinamente desde então, ganhou aquele pleito sem conseguir a maioria para governar sem depender de alianças (123 dos 350 deputados do Congresso). Porém, não convenceu outro dos grandes partidos, o que levou à convocação de novas eleições para novembro.

Desta vez, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, abriu a porta para uma negociação com Sánchez, com condições, se o PSOE ganhar o pleito de novembro, como apontam todas as pesquisas de intenção de voto. No entanto, o político ressaltou que sua prioridade é governar em parceria com o PP, se houver a possibilidade.

Na esquerda, a coalizão Unidas Podemos não cede na ideia de um governo de coalizão com os socialistas, algo que o PSOE rejeita, e um novo partido, Mais País, pode dividir ainda mais os votos deste espectro político.

As pesquisas divulgadas hoje pelos jornais «El Mundo» e «ABC» indicam uma nova vitória do PSOE com um resultado similar ao atual e um grande crescimento do PP, que passaria dos atuais 66 para no mínimo 90 deputados.

O pior resultado seria do Ciudadanos, que perderia cerca de 30 das atuais 57 cadeiras, e a UP ficaria com 10 a menos que as 42 com as quais conta agora. EFE

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.